Buscas na SATA por causa do Turismo dos Açores - TVI

Buscas na SATA por causa do Turismo dos Açores

Presidente do Turismo dos Açores, Francisco Coelho, foi constituído arguido, bem como uma familiar, quadro da empresa. Operação "Nomos" investiga crimes de fraude e peculato na Associação Regional de Turismo

A companhia aérea SATA foi alvo de buscas na sequência de uma investigação da Polícia Judiciária de Ponta Delgada ao Turismo dos Açores, apurou a TVI junto de fonte da investigação. Ao final da tarde, a companhia confirmou esta informação, através de um comunicado. 

A SATA confirma que recebeu, esta manhã, uma equipa de inspetores da PJ nas suas instalações, tendo mostrado a total disponibilidade para facultar toda a informação que lhe foi solicitada neste âmbito”, refere a transportadora aérea na nota.

Em causa na operação "Nomos", que decorreu entre hoje e terça-feira, estão "fortes suspeitas da prática dos crimes de fraude para a obtenção de subsídio, peculato, falsificação de documentos e participação económica em negócio, em que é usada uma 'Pessoa Coletiva de Utilidade Pública' com responsabilidades na área da divulgação e promoção turística, que foi participada pela Região Autónoma dos Açores", indica a PJ em comunicado divulgado nesta terça-feira.

A TVI sabe que se trata da Associação Regional de Turismo - Turismo dos Açores (ART) e o seu presidente, Francisco Coelho, foi um dos cinco arguidos constituídos. Outro dos arguidos é uma familliar de Francisco Coelho, quadro na ART. Os restantes três arguidos constituídos até ao momento são cidadãos.

Os cinco arguidos são suspeitos de atuarem "ao longo de vários anos à margem das regras relativas à contratação pública, com vantagens pessoais e para terceiros".

Além do Turismo dos Açores, a SATA foi um dos alvos das cerca de 20 buscas realizadas a empresas, residências e viaturas, "que permitiram a apreensão de abundantes elementos com interesse probatório, entre os quais documentação contabilística, faturas, contratos, pagamentos, relatórios de execução de projetos, dados informáticos e correio eletrónico".

Participaram, ainda, nesta investigação do Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada a OLAF - Organismo Europeu de Luta Antifraude, elementos de Unidades de Perícia Financeira e Contabilística e de Perícia Informática Forense.

Parceiros da Associação de Turismo dos Açores querem rever estatutos

 A atual direção da Associação de Turismo dos Açores (ATA) e um grupo de associados vão avançar com propostas de revisão dos estatutos do organismo, disse esta quarta-feira à agência Lusa o presidente da assembleia geral, Carlos Morais.

Carlos Morais preside quinta-feira, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, à primeira reunião da Assembleia Geral da ATA após as buscas que a Polícia Judiciária realizou na instituição.

Os subscritores da proposta da direção são o seu vice-presidente, Luís Rego, e João Gonçalves, vogal, adiantou o presidente da assembleia geral da ATA.

Mário Fortuna, presidente da Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) e porta-voz do grupo de associados subscritor da outra proposta, declarou à agência Lusa que se pretende mudar o modelo de governação, que “está muito concentrado” em três elementos da direção.

A ATA foi crida para “promover a região Açores, como destino turístico de natureza”, com uma “forte componente experiencial, nos mercados emissores estratégicos”, visando “aumentar de forma sustentada o volume de dormidas em todas as ilhas dos Açores, bem como as receitas para todos os ‘stakeholders’ do sector”.

O Governo dos Açores e o grupo SATA abandonaram recentemente a ATA, mas o executivo açoriano já declarou que vai manter os contratos programa que detém com o organismo.

Em relação à investigação em curso à ATA, o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, afirmou que "o único comentário que é possível fazer nesta circunstância é o de desejar que se esclareça tudo o mais rapidamente possível, de forma total e completa".

A proposta do grupo de associados, segundo Mário Fortuna, visa passar para sete a nove elementos a nova direção da ATA, o que permite uma “maior abrangência na governação geral da instituição", estando ainda prevista a criação de uma direção executiva de três elementos, bem como a contratação de um executivo para gerir o dia-a-dia da instituição em função das políticas a desenhar pela direção.

Caso esta proposta de revisão dos estatutos seja aprovada, os associados vão poder participar por videoconferência nas assembleias gerais e será aberta mais do que uma mesa de voto em ilhas diferentes, de acordo com o líder da CCIA.

Há aqui um conjunto de propostas que visam agilizar o funcionamento da instituição e alterar o modelo de governação, visando tornar a ATA mais participada, o que se impõe com a saída do Governo Regional e da SATA como associados fundadores”, declarou o empresário.

O também economista considerou que a realização de novas eleições “é imperativa” até finais de março, esperando que estas tenham lugar já no âmbito dos novos estatutos.

 

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