Falta de apoio estatal obriga a despedir nove técnicos de apoio a autistas - TVI

Falta de apoio estatal obriga a despedir nove técnicos de apoio a autistas

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Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Lisboa abraços com atrasos na resposta a pedido de financiamento

A Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Lisboa dispensou nove dos 14 técnicos do Centro de Recursos para a Inclusão porque o Ministério da Educação não deu ainda resposta ao pedido de financiamento.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da direção da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) explicou que a associação tem um Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) específico para apoiar crianças e jovens com autismo que frequentam o ensino regular em Lisboa e concelhos limítrofes.

A responsável adiantou que têm contratos firmados com 11 agrupamentos escolares, o que permitiria dar apoio a entre 115 a 120 crianças e jovens, mas a APPDA continua sem saber se o Ministério da Educação vai ou não financiar estes contratos e em que moldes o vai fazer.

«É uma situação penalizadora, não só para as crianças e jovens, mas também para as famílias e para os nossos técnicos. Aqueles que estão a contrato a termo, neste momento não estão contratados. Os contratos do ano letivo passado já caducaram e eles estão numa situação técnica de desemprego», adiantou Maria Paula Figueiredo.

De acordo com a presidente da direção APPDA, do Centro de Recursos para a Inclusão faziam parte 14 técnicos, entre terapeutas da fala, psicólogos e outros, nove dos quais entretanto dispensados por causa da falta de resposta do Ministério da Educação.

O habitual modo de procedimento obriga a que, no final de cada ano letivo, os agrupamentos de escolas, em colaboração com os CRI, elaborem Planos de Ação para o ano letivo seguinte, onde especificam o número de alunos com necessidade de apoio, os técnicos necessários e a correspondente verba.

De seguida, a candidatura é enviada ao Ministério da Educação, que analisa a candidatura e dá uma resposta ao pedido de financiamento para o arranque do ano letivo seguinte.

«Não tenho experiência de um atraso tão dilatado. É uma situação anormal», disse Maria Paula Figueiredo.

Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Educação revelou que já terminaram as análises dos Planos de Ação para o ano letivo 2013/2014 e que está garantido o financiamento dos CRI. «A aprovação dos planos de ação de 2013/2014 e a respetiva dotação financeira serão comunicadas às entidades que gerem os CRI até ao final da semana», diz a tutela.

Como explicação para o atraso na resposta aos planos de ação, o ME refere que durante a avaliação verificou que «os critérios para atribuição de financiamento apontados em sede de Comissão de Acompanhamento dos CRI (¿) poderiam conduzir à não concessão de apoio terapêutico a um número muito significativo de alunos que, em grau diverso (qualificadores 1 e 2), se comprovou também dele necessitarem».

«Face a essa situação, o MEC adotou os procedimentos que permitissem o apoio a todos os alunos, os quais se encontram concluídos», diz ainda a tutela.
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