Pais divididos com proposta de Sócrates - TVI

Pais divididos com proposta de Sócrates

Greve dos professores

Bolsas de estudo apreciadas pela CONFAP, mas CNIPE tem dúvidas

As confederações de pais mostraram-se, esta segunda-feira, divididas quanto ao anúncio, feito este domingo pelo primeiro-ministro, da atribuição de bolsas de estudo a jovens do ensino secundário, informa a Lusa.

Para a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), a medida anunciada por José Sócrates «é positiva e bem-vinda», enquanto a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) considera que as declarações do secretário-geral socialista são «promessas vagas a pensar nas eleições».

A CNIPE realça que a promessa de José Sócrates, feita no congresso do PS, só será válida «caso vença as eleições legislativas deste ano» e propõe ao Governo que avance «no imediato com a criação de tais bolsas de estudo, se é neste momento que as famílias estão mais carenciadas, com muitas dificuldades, a sofrer os efeitos da crise económica».

«Por outro lado, porquê limitar as bolsas aos alunos entre os 15 e 18 anos, quando muitos estudantes mais novos, a frequentar o 1º, 2º e 3º ciclos, vivem com grandes dificuldades, sem que as famílias tenham dinheiro para os manuais e para os materiais e, em muitos casos, sequer para pagar as refeições na escola», questiona a CNIPE, sublinhando ainda que se desconhece qual será o valor da bolsa a atribuir.

Sócrates pede maioria e propõe bolsa de estudo

Por seu lado, Albino Almeida, da Confap, realçou que a organização de pais que dirige já tinha vindo a alertar que «antes do alargamento do ensino é preciso dar condições às famílias para que os alunos o possam frequentar».

«O país só pode decretar a obrigatoriedade de um nível de ensino quando der condições para que as famílias possam permitir que os seus filhos o frequentem», disse, salientando que «muitas destas medidas já estão previstas na lei de bases de 1986, que já previa que o Governo garantisse até o alojamento».

«É absolutamente necessário que os alunos do ensino secundário possam sentir que a única razão para subir é o mérito e a educação e que a falta de condições das famílias não limita o acesso a níveis de ensino mais elevados», realçou.
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