Um quinto das mortes nas estradas são de peões, diz ministro

Quase um quinto das mortes nas estradas são de peões, sublinhou esta quinta-feira o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, ao lançar no Porto uma campanha de prevenção para a sinistralidade rodoviária em passadeiras, avança a agência Lusa.

A campanha «Atenção, somos todos peões!», que vai estender -se progressivamente a outras capitais de distrito, enquadra-se na Semana Europeia da Mobilidade e foi preparada em colaboração com o Automóvel Clube de Portugal (ACP). No caso específico do Porto, conta também com a colaboração da autarquia.

«Entre os mortos em acidentes rodoviários há 18 por cento de peões. Desses peões, a maioria morre nas cidades e uma grande percentagem (40 por cento) a atravessar passadeiras», destacou o ministro, acrescentando que quase metade das vítimas são pessoas com mais de 65 anos de idade.

Neste lançamento da campanha, o ministro ajudou a pintar, junto a uma passadeira, uma mensagem preparada para esta iniciativa pelo ACP e pela Câmara do Porto.

A inscrição continha os dizeres: «316 vítimas de atropelamento no Porto em 2009 ¿ atenção todos somos peões».

Com esta iniciativa, «queremos chamar a atenção de todos, peões e automobilistas, para a necessidade de respeitar as regras de trânsito e criar um ambiente amigável no âmbito da circulação rodoviária nas cidades», disse o ministro da Administração Interna.

Rui Pereira, que se escusou a falar sobre outros temas de actualidade relacionados com o seu ministério, apelou ainda a um cuidado «muito grande» por parte dos automobilistas, «respeitando a fragilidade dos peões, em particular de crianças e idosos».

Por sua vez, o presidente do ACP, Carlos Barbosa, pediu que também os peões contribuam para diminuir os atropelamentos em passadeiras.

«O peão muitas vezes acha-se no direito de se atirar para as passadeiras e atravessar de qualquer maneira. Ora, o peão tem tanta responsabilidade na travessia como o automobilista tem [no dever] de respeitar a passadeira».



«Em Portugal há o costume horrível de atravessarem [as ruas] fora das passadeiras», criticou Carlos Barbosa.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, sublinhou a força da mensagem que, no âmbito desta campanha está a ser transmitida no Porto.

«Há muita gente que ainda hoje morre atropelada. E ao chocarmos as pessoas com esta mensagem, naturalmente estamos a protegê-las», disse.

O gabinete de Rui Rio fez saber entretanto que a mensagem de alerta para a sinistralidade envolvendo peões está a ser colocada em 62 das 3200 passadeiras da cidade.