«Contra a troika»: estudantes portugueses apoiam luta em Espanha - TVI

«Contra a troika»: estudantes portugueses apoiam luta em Espanha

Coletivo de estudantes anunciou que se juntará, a 1 de junho, à manifestação internacional «Povos Unidos Contra a Troika»

O coletivo de estudantes Artigo 74.º manifestou esta quinta-feira apoio à luta dos colegas espanhóis em defesa da escola pública e anunciou que se juntará, a 01 de junho, à manifestação internacional «Povos Unidos Contra a Troika».

«Durante o dia de hoje, os nossos colegas espanhóis fazem greve às aulas, ao sistema de ensino, às medidas de austeridade e aos cortes na Educação, num protesto contra a destruição da escola pública», afirma, em comunicado o Artigo 74.º, apoiando as várias iniciativas realizadas no país vizinho, que envolvem também pais e professores.

«Um pouco por toda a Europa não se vai à escola, mas nem por isso se fica em casa», dizem, apelando para a participação cívica em defesa de uma educação pública, gratuita, de qualidade, laica e democrática.

Para os estudantes, as medidas de austeridade impostas pelos governos e pela troika «põem em risco» a saúde da democracia e do Estado social.

«É necessária a união de todos os setores da sociedade a nível europeu para que o povo, com a sua voz, recupere o seu poder», dizem.

«No dia 01 de junho iremos juntar-nos a Espanha, Grécia, Itália, Eslovénia, Inglaterra e Alemanha na manifestação Povos Unidos Contra a Troika», afirmam.

Até lá, garantem que os estudantes «continuarão na rua, bem despertos e determinados».

A agência EFE noticia hoje várias iniciativas em Espanha de protesto contra as medidas dirigidas à escola pública. Num estabelecimento de ensino, professores, pais e alunos passaram a noite a ver filmes do Drácula, por considerarem que a reforma educativa está a sugar-lhes o sangue.

Pais, professores e alunos integrados na Plataforma pela Escola Pública classificaram de «rotundo êxito» a convocatória conjunta de greve em todos os níveis de ensino, estimando que a adesão será superior à de protestos anteriores, com base nos dados provisórios.

«A educação deste país está paralisada, desde a infantil à universidade, devido à ação concertada de professores, pais e alunos», assegurou o responsável pela Educação da Confederação Sindical Comissiones Obreras, Paco Garcia, para quem este êxito exige uma «correção à totalidade» da reforma promovida pelo Governo.

Alunos, pais e professores de vários institutos e faculdades passaram a noite «fechados» nos estabelecimentos de ensino a debater o sistema educativo e em sinal de protesto pela reforma que o Ministério da Educação está a ultimar.

No instituto madrileno Juan de la Cierva, cerca de 70 pessoas, entre alunos, pais, trabalhadores docentes e não docentes, organizaram grupos de trabalho.

Foram umas horas «muito frutíferas», disse à agência de notícias espanhola o professor de educação física Fernando de la Puente, segundo o qual os participantes refletiram e debateram a Lei Orgânica para a Melhoria da Qualidade Educativa.
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