França: saiba de onde são os portugueses envolvidos no acidente - TVI

França: saiba de onde são os portugueses envolvidos no acidente

  • Redação
  • PP e MM - Notícia atualizada às 11:27 de segunda-feira
  • 8 jan 2017, 12:19

Proprietário da empresa ‘Rota das Gravuras’ diz que os passageiros são emigrantes e pessoas de férias. Treze pessoas são do concelho de Penafiel, sendo as restantes de localidades do concelho de Vila Nova de Foz Côa

Os 32 ocupantes do autocarro que este domingo de madrugada se despistou em França, provocando quatro mortos, três feridos graves e 25 ligeiros, são de várias localidades dos concelhos de Vila Nova de Foz Côa e Penafiel.

Das quatro vítimas mortais, duas eram de Freixo de Numão, em Vila Nova de Foz Coa: José e Lídia Montez, de 59 e 57 anos, emigrados há cerca de 30. O filho de ambos, de 38 anos, ficou ferido.

Outra das vítimas mortais, também natural de Vila Nova de Foz Côa, tinha vindo a Portugal passar a época de festas, com o marido, ex-emigrante. Graça Murça, de 57 anos, ia voltar para junto da filha e dos dois netos, de quem tomava conta.

No domingo, avançou-se que a quarta vítima mortal era de Penafiel. Esta segunda-feira, a Câmara de Penafiel confirmou à Lusa não haver vítimas mortais do acidente naturais do concelho. Há sim o registo de feridos "aparentemente livres de perigo".

Não há penafidelenses entre as vítimas mortais. Os penafidelenses vítimas deste acidente encontram-se aparentemente livres de perigo e a ser devidamente acompanhados", assinalou a fonte.

À Lusa, a autarquia acrescentou que foram contactadas as famílias de todos os passageiros, oriundos de Penafiel, para confirmar as informações. O Município reforçou "total disponibilidade e apoio às vítimas do acidente e seus familiares".

Criança de três anos preocupa Câmara de Lousada

A quarta vítima será então de Lousada, de acordo com informação confirmada pelo presidente da Câmara. Trata-se de uma mulher de 33 anos natural de Nevogilde, de acordo com o presidente da Câmara, Pedro Machado.

Segundo o autarca, a vítima mortal seguia acompanhada do marido e dois filhos, o mais novo dos quais, de três anos de idade, ficou ferido com gravidade no acidente.

Estamos muito preocupados com a situação da criança", afirmou Pedro Machado, lamentando as consequências graves do acidente.

O marido da vítima mortal, de 42 anos, e o filho mais velho, de 13, sofreram ferimentos ligeiros.

Pedro Machado avançou que psicólogos da autarquia já se encontram em França para prestar apoio às vítimas de Lousada e familiares.

Foi também disponibilizado transporte e apoio psicológico aos familiares residentes no concelho que se queiram deslocar a França, para acompanhar a situação das vítimas, acrescentou o presidente do Município e Lousada.

A família é natural de Nevogilde, freguesia de Lousada, mas atualmente tem residência em Lodares, no mesmo concelho.

O que diz o proprietário da empresa de transporte

O proprietário da empresa ‘Rota das Gravuras’, responsável pelo transporte, afirmou aos jornalistas que os passageiros são emigrantes e pessoas de férias que regressavam depois de terem estado em Portugal em visita às famílias. A bordo seguia um grupo de 13 pessoas do concelho de Penafiel, distrito do Porto, sendo as restantes de localidades do concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda.

Narciso Ângelo contou que já falou com o filho, um dos dois motoristas que seguia no autocarro e que se encontra a realizar exames médicos. "Tem dores na coluna".

O filho disse-lhe que a causa do despiste terá sido “o gelo que estava de madrugada na estrada”, acrescentando que o acidente ocorreu quando o veículo atravessava uma ponte.

O proprietário da empresa do autocarro revelou, ainda, que a bordo “seguiam, pelo menos, três a quatro crianças” com cerca de 10 anos, e que três das vítimas mortais são oriundas do concelho de Vila Nova de Foz Côa.

O despiste de um autocarro provocou, até ao momento, quatro mortos, três feridos graves e 25 ligeiros, portugueses com destino a Genebra, Suíça, informou a Secretaria de Estado das Comunidades.

“O destino era Genebra e estariam a 230 quilómetros do destino final”, disse à Lusa o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, adiantando que o acidente terá tido como “causa mais provável” o gelo, por se tratar de um despiste, mas ressalvando a necessidade de aguardar pela realização do inquérito.

Os passageiros do autocarro com destino a Genebra eram todos emigrantes, segundo a mesma fonte, e três desses portugueses inspiram cuidados: “Esperamos que assim não aconteça, mas é possível que entre os feridos graves possa haver algum que não resista aos ferimentos”.

O acidente aconteceu às 04:30 locais (menos uma hora em Lisboa).

O autocarro partira de Portugal a caminho da Suíça e despistou-se na Estrada Nacional 79, na direção Mâcon-Moulins, num troço da RCEA (Estrada Centro Europa e Atlântico), conhecida por ser uma estrada perigosa.

Piso escorregadio e velocidade inadaptada

Um piso escorregadio e uma velocidade “pouco adaptada” podem estar na origem do acidente com um autocarro com portugueses que fez hoje quatro mortos, no centro de França, também disso à Lusa o prefeito de Saône-et-Loire, Gilbert Payet.

“O mais provável é um piso escorregadio, uma perda de controlo devido a uma velocidade pouco adaptada a estas condições de circulação. Isto parece o mais provável, mas cabe ao inquérito identificar as causas”, adiantou o representante do Estado no distrito de Saône-et-Loire.

O responsável confirmou que o autocarro “vinha de Portugal e ia para a Suíça” e que transportava “portugueses que trabalham e residem na Suíça”.

“O condutor perdeu o controlo do autocarro. Segundo testemunhos, ele teria perdido o controlo um certo tempo antes do local do acidente, antes de passar as barreiras de segurança. Estamos num período de alerta de neve e de gelo, as condições climatéricas não eram excelentes. Cabe ao inquérito verificar se o autocarro circulava a uma velocidade adaptada a estas condições”, acrescentou, precisando que os condutores vão ser interrogados no âmbito da investigação.

Vila Nova de Foz Côa disponível para apoiar famílias das vítimas

O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, Gustavo Duarte, assegurou, entretanto, que vai dar todo o apoio necessário às pessoas do concelho envolvidas no acidente de autocarro ocorrido esta madrugada em França.

"Vamos articular com a Secretaria de Estado das Comunidades todo o apoio necessário que possamos prestar às pessoas envolvidas no acidente que acorreu em França", disse Gustavo Duarte à agência Lusa

O autarca acrescentou que tem estado um permanente contacto com as diversas entidades nacionais e francesas, para prestar apoio às pessoas e famílias das vítimas.

"Ainda não tenho muitas informações sobre o acidente. Mas, vamos fazer os possíveis para prestar todo o apoio no regresso aos seus destinos, para minorar o sofrimento de todas essas pessoas", frisou.

Câmara de Penafiel também vai dar apoio

A Câmara de Penafiel também já fez saber que está preparada para prestar todo o apoio às vítimas ou às respetivas famílias do acidente de autocarro, disse à Lusa o presidente Antonino Sousa.

"Naturalmente, a autarquia vai estar totalmente apostada em dar todo o apoio que seja necessário às vítimas e às famílias", destacou.

O autarca de Penafiel acrescentou à Lusa não dispor ainda de informação oficial sobre a identificação, tipo e número de vítimas, apesar dos contactos que foram estabelecidos, nomeadamente com a Secretaria de Estado das Comunidades.

"Estamos, por todas as vias, a procurar informação oficial para podermos determinar o tipo de ação a desenvolver", acrescentou o presidente do Município.

Antonino Sousa disse lamentar o que aconteceu, "independentemente das consequências serem de uma forma ou de outra".

"São sempre trágicas, porque são cidadãos nossos que se dirigiam para um país estrangeiro e que tiveram esse acidente e deixam-nos naturalmente apreensivos", acrescentou.

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