Acusada de burla diz-se vítima de conto do vigário - TVI

Acusada de burla diz-se vítima de conto do vigário

Justiça (arquivo)

Arguidos estão acusados de quatro crimes de burla qualificada e outros tantos de falsificação de documentos

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Uma mulher que começou a ser julgada esta terça-feira no tribunal de Aveiro juntamente com o seu antigo companheiro, num processo por burlas com créditos bancários, alega ter sido vítima do conto do vigário.

A mulher, de 29 anos, e o homem, de 38 anos, que se encontra ausente em França, estão acusados de quatro crimes de burla qualificada e outros tantos de falsificação de documentos relativos à obtenção fraudulenta de créditos bancários em nome da avó da arguida, que não sabia ler nem escrever.

A arguida, que se dispôs a falar no início do julgamento, disse que tinha um crédito pessoal que deixou de pagar e, numa altura de dificuldades financeiras, decidiu recorrer a uma «consultora financeira», através de um anúncio de um jornal.

Perante o coletivo de juízes, a mulher contou que falou ao telefone com uma pessoa, que lhe deu instruções para enviar cópias dos documentos da sua avó para uma morada em Lisboa para proceder ao pedido do crédito junto das instituições financeiras.

«Nunca falsifiquei os documentos da minha avó», afirmou a arguida, adiantando ter pago três mil euros por honorários à suposta «consultora financeira».

A arguida admitiu ter recebido 15 mil euros, referentes aos dois primeiros empréstimos, mas não se lembra de ter recebido um terceiro empréstimo no valor de mais de seis mil euros e negou ainda ter adquirido uma mobília com um cartão de crédito, no valor de cerca de 5.500 euros, tal como consta na acusação do Ministério Público (MP).

«Caí no conto do vigário», lamentou a arguida, adiantando que chegou a dirigir-se à polícia para apresentar queixa e aí disseram-lhe que «muita gente tinha sido burlada na mesma altura».

Na mesma sessão, o tribunal ouviu a avó da arguida, que se constituiu como assistente no processo.

A mulher, de 76 anos, disse ter sido enganada pela neta e pelo ex-companheiro desta, afirmando que deu autorização para fazerem o primeiro crédito, mas não autorizou a fazer mais.

«Quando me apercebi da situação, fiquei capaz de morrer. Não sei o que eles fizeram a tanto dinheiro», declarou a idosa.

Os factos remontam a 2007, quando, segundo a acusação do MP, os arguidos engendraram um esquema com vista à obtenção fraudulenta de créditos bancários em nome da avó da arguida.
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