Depois de Alemanha, França, Irlanda, Holanda, Bélgica e Reino Unido terem fechado os espaços aéreos à circulação do Boeing 747 MAX 8, a União Europeia suspendeu também a circulação destes aparelhos. Estas posições foram avançadas nesta terça-feira, dois dias depois da queda do avião da Ethiopean Airlines, que matou 157 pessoas.
Em comunicado enviado à Lusa, a Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) sublinha que, na sequência do acidente envolvendo o Boeing 737-8 MAX, da Ethiopian Airlines, "toma todas as medidas necessárias para assegurar a segurança dos passageiros".
Como medida de precaução, EASA emitiu hoje uma diretiva, efetiva a partir das 19.00 GMT (mesma hora em Lisboa), suspendendo todos os voos de todos os Boeing 737-8 MAX e 737-9 MAX na Europa. Em complemento, a EASA emitiu Diretiva de Segurança, efetiva à mesma hora, suspendendo todos os voos comerciais realizados por operadores de países terceiros dentro, ou fora da UE, dos modelos mencionados", pode ler-se na nota.
Referindo que a EASA "continua a analisar os dados sempre que são disponibilizados", o regulador aéreo europeu afirmou que ofereceu "assistência" para investigar o acidente.
As caixas negras do avião já foram encontradas e, apesar de não serem conhecidas as causas do acidente, 27 companhias aéreas em 15 diferentes países suspenderam as operações com o Boeing 737 Max 8. A companhia aérea estatal chinesa foi a que mais voos suspendeu, com 96 aviões que ficaram em terra.
Os perigos por detrás da utilização deste avião ainda não são conhecidos. A especulação criada à volta da aeronave deve-se a um acidente semelhante que ocorreu há cinco meses na Indonésia com o mesmo modelo.
À TVI, o Comandante Miguel Silveira, presidente da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea, assumiu que "o maior perigo no momento é a incógnita".
Das 351 aeronaves a operar atualmente, 152 estão com os voos suspensos até serem reveladas as causas do acidente. Ao contrário do que aconteceu na Europa, na Argentina e em Singapura a suspensão foi acordada com o regulador. A American Airlines, uma das maiores utilizadoras deste modelo, e a Air Canada mantiveram a operação deste modelo da Boeing.
As ações da Boeing desvalorizaram mais de 10% nos últimos dias, caindo dos 420 euros para os 372 euros, na NASDAQ.
A Boeing já reagiu através do Twitter, garantindo que "a segurança é a prioridade número um" e que tem total confiança na segurança do 737 MAX 8.
Entendemos que as agências reguladoras e os clientes tomaram decisões que acreditam serem mais apropriadas para os seus mercados domésticos. Continuaremos a interagir com eles para garantir que tenham as informações necessárias para confiar na operação de suas frotas. A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos não está a exigir qualquer ação adicional neste momento e, com base nas informações atualmente disponíveis, não temos nenhuma base para emitir novas orientações aos operadores", lê-se no comunicado publicado no Twitter.
Boeing Statement on 737 MAX Operation: https://t.co/EL058Iarsg pic.twitter.com/lGQI5zJBfP
— The Boeing Company (@Boeing) March 12, 2019
Confira a lista de companhias aéreas que suspenderam ou mantiveram os voos deste modelo da Boeing