Investigadores detetam bactérias na água de uma dezena de praias balneares do Norte - TVI

Investigadores detetam bactérias na água de uma dezena de praias balneares do Norte

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  • 25 jun 2020, 15:50
Praia

Investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, acreditam que estas bactérias podem ter sido impulsionadas pelas alterações climáticas

Investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, detetaram bactérias patogénicas (que causam doenças como a tuberculose e cólera), algumas até resistentes a antibióticos, nas águas de praias balneares do Norte do país, que acreditam serem impulsionadas pelas alterações climáticas.

Numa publicação no site da Universidade do Porto, o gabinete de comunicação do ICBAS afirma que os resultados foram obtidos no âmbito do projeto BeachSafe, que estuda a presença de agentes microbianos em 10 praias do Norte: Afife, Ofir, Póvoa do Varzim, Árvore, Matosinhos, Salgueiros, Aguda, Paramos, Cortegaça e São Jacinto.

Em águas balneares do Norte de Portugal, classificadas como excelentes para banhos de acordo com a legislação em vigor, foram detetadas bactérias do género vibrio, algumas patogénicas para o ser humano, inclusive resistentes a antibióticos”, lê-se na publicação.

Segundo o ICBAS, as alterações climáticas, nomeadamente o aumento da temperatura, variações da salinidade e concentração de partículas na água, “parecem ser responsáveis” pela propagação destas bactérias, que representam “um risco não contabilizado para a saúde pública”, dado que a avaliação oficial é feita tendo por base indicadores fecais.

O número de infeções relacionadas com a água balnear em todo o mundo, incluindo na Europa, tem vindo a crescer nos últimos anos”, refere o instituto da Universidade do Porto, acrescentando que grande parte dos casos se associa a “bactérias autóctones” e “vírus entéricos”.

 

A maioria dos casos está associada a bactérias autóctones que encontram condições favoráveis para se propagarem, devido às alterações climáticas, ou a vírus entéricos, em resultado das descargas de águas residuais brutas ou deficientemente tratadas”, esclarece o ICBAS.

O projeto BeachSafe, liderado por investigadores do Laboratório de Hidrobiologia e Ecologia do ICBAS, é cofinanciado pelo programa COMPETE2020, Portugal 2020, pela União Europeia através do FEDER e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).   

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