Acusado de tentar matar o filho diz que só o queria assustar - TVI

Acusado de tentar matar o filho diz que só o queria assustar

Justiça (iStockphoto)

Homem de Ponte de Lima, que começou a ser julgado no tribunal de Viana do Castelo, alega que não pretendia atingir a vítima

Um homem de Ponte de Lima que começou esta quarta-feira a ser julgado no tribunal de Viana do Castelo sob a acusação de tentar matar o filho a tiro argumentou que só o queria assustar e não atingir.

"A arma disparou sem querer. Nunca tive intenção de matar", afirmou ao coletivo de juízes o arguido, de 46 anos, explicando mais tarde que quando pegou na caçadeira, "a intenção era simplesmente assustar".

Os factos ocorreram no dia 10 de junho, em Fornelos, Ponte de Lima, cerca das 01:15, quando, de acordoi com a acusação, o homem foi confrontado pelo filho a respeito de uma desavença com a mãe e "efetuou um disparo de espingarda caçadeira, a cerca de cinco metros de distância, contra o mesmo, atingindo-o na anca esquerda".

Ainda de acordo com a acusação, o arguido "manteve sempre com a sua mulher uma relação conjugal pautada pela agressividade e pelo ciúme, com episódios de insulto, ameaça e/ou agressão que se foram sucedendo na casa de residência do casal”.

Esta quarta-feira, na primeira sessão do julgamento, o homem, caçador há mais de 20 anos, disse ter pegado na arma, após uma discussão com a mulher e de esta ter chamado o filho por “ter medo”. O arguido revelou que o filho já o tinha “espancado várias vezes” e que, num dos casos, recebeu tratamento hospitalar por “duas costelas partidas e a cabeça rachada”. O homem afirmou que as agressões do filho ocorriam “sempre que discutia com a mãe”.

Carpinteiro de profissão, o arguido é ainda acusado neste processo de um crime de violência doméstica precisamente contra a mulher. Anteriormente, já tinha sido julgado por crime similar.

No dia dos factos, e de acordo com a acusação, o suspeito apresentava, cerca das 04:00, uma taxa de álcool no sangue de 1,63.

O arguido, que se encontra em prisão preventiva, admitiu que “bebia aos fins de semana” e que na noite em causa “tinha bebido duas garrafas de vinho maduro”, tendo reagido às “provocações da mulher”.

“Tratava-me sempre mal. Era maltratado de tal maneira que também tinha que dizer alguma coisa”, disse, reconhecendo que também dizia “palavrões”.

O homem negou que, quando confrontado pelo filho na garagem onde se encontrava após a desavença com a mulher no interior da habitação do casal, o ter ameaçado, dizendo que o ia matar.

“Isso é mentira. Eles (referindo-se ao filho e à mulher) foram à garagem e eu disse-lhes: Vão-se embora que não se passa nada. O meu filho atirou-me uma lata de ‘spray’ à cabeça. Eu tinha a arma na mão, apontada para o chão. Não sei como disparou, ele moveu-se e o tiro acertou-lhe. Atirei a arma para o chão, deitei as mãos à cabeça e comecei a chorar”, referiu.

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