Um grupo de uma dezena de empresários do Norte e do Centro do país foi burlado em mais de três milhões de euros. As vítimas, segundo contam à TVI, foram convencidas por uma consultora financeira de que estavam a investir e a ganhar dinheiro nos mercados internacionais, mas perceberam mais tarde que toda a fortuna tinha sido escoada por uma rede estrangeira de crime organizado, ligada ao tráfico de armas e que opera em várias partes do mundo.
Para dar confiança aos clientes, a empresa, que se anuncia nas redes sociais, tinha conta aberta no Banco Espírito Santo no Luxemburgo até 2014, tendo transitado para o Novo Banco em Portugal depois da resolução do BES.
Os lesados deste esquema milionário acusam o Novo Banco, o Banco de Portugal e a CMVM de responsabilidades a diferentes níveis, por não terem cumprido com os seus deveres de fiscalização.
A empresa em causa, a AG Markets, opera há largos anos de forma ilegal e impune no nosso país e não foram dados sequer os devido alertas à Polícia Judiciária por suspeitas de branqueamento de capitais, perante transferências das vítimas que chegaram a 400.000 euros.
Os empresários contam à TVI que só desconfiaram de fraude quando não conseguiram levantar o seu dinheiro das contas. A AG Markets e sociedades associadas já estão banidas de operar em vários países do mundo, como a Austrália, a Nova Zelândia e os Estados Unidos, com os quais Portugal tem acordos de cooperação internacional. Mas os alertas não surtiram qualquer efeito no nosso país.
Só agora, com a queixas das vítimas, o Novo Banco congelou a conta onde ocorreram os crimes e participou à Procuradoria-geral da República.