Os produtores de arroz são os mais afetados pela falta de água nas barragens de Vale de Gaio e Pego do Altar, em Alcácer do Sal, e ainda têm de suportar custos acrescidos pelos transvases da barragem do Alqueva.
O problema não é novo nas duas barragens do vale do Sado, que apresentam um nível de armazenamento abaixo dos valores mínimos razoáveis, e já levou a que nos últimos anos tivessem sido dados alguns passos para permitir recargas a partir da grande barragem do Alqueva, o maior lago artificial da Europa.
No ano passado, a falta de água no Pego do Altar foi ainda mais evidente do que este ano e deixou visível uma ponte submersa há 18 anos, mas basta olhar agora para as marcas do nível da água nas duas margens para se perceber que a capacidade de armazenamento da barragem, e também na de Vale de Gaio, continua muito aquém do que é necessário para a atividade agrícola e, principalmente, para a cultura do arroz naquela região alentejana.
Neste momento já é possível fazer recargas da barragem de Vale de Gaio a partir do Alqueva e está também prevista uma ligação para permitir a recarga da barragem do Pego do Altar, mas, para agricultores como José Emídio, além de se resolver o problema da falta de água, é preciso resolver o problema do preço.