Os trabalhadores da indústria da batata frita iniciaram esta semana uma greve ao trabalho em dia de descanso para exigir a correção do que dizem ser um erro que ficou no contrato coletivo. Pretendem assegurar o pagamento a dobrar nesses dias de folga.
Ocorreu uma gralha na publicação da revisão do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) do setor da Batata Frita, Aperitivos e Similares, na cláusula respeitante ao trabalho prestado em dias de descanso semanal complementar e feriados, mas agora a associação patronal, a ANCIPA, não se mostrou disponível para assinar o pedido de rectificação", disse à Agência Lusa, Rui Matias, dirigente da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal.
A federação sindical vai formalizar esta semana um pedido de correção do texto do CCT ao Ministério do Trabalho. Entretanto, emitiu um pré-aviso de greve para todos os trabalhadores do setor, de forma a evitar que as empresas tentem pagar menos pelo trabalho em dia de descanso.
Segundo Rui Matias, o que deveria ter ficado no texto do CCT era que o trabalho em dia de descanso seria pago a dobrar, para os 200%, mas o valor da percentagem não ficou na redação do acordo.
O pré-aviso de greve vigora até dezembro deste ano e abrange também os trabalhadores da empresa MATUTANO, Sociedade Produtos Alimentares Unipessoal. Estes já estavam em greve ao trabalho suplementar desde o inicio de dezembro de 2016.
A greve abrange agora mais de 700 trabalhadores, 200 dos quais na Matutano.
De acordo com o sindicalista Rui Matias, o trabalho extraordinário não é uma prática comum no setor, que labora por turnos. Há ainda assim, muitas empresas que laboram ao sábado.