Cruz Vermelha faz balanço de donativos antes de partir com Médicos do Mundo para a Beira - TVI

Cruz Vermelha faz balanço de donativos antes de partir com Médicos do Mundo para a Beira

  • Vanessa Cruz
  • Notícia atualizada às 00:52 de segunda-feira
  • 24 mar 2019, 17:40

São transportadas também 35 toneladas de medicamentos e alimentos para a Beira. "Vamos ficar nunca menos de seis meses na Beira", diz o presidente da CVP, Francisco George. Ministra da Saúde sublinha à população que "a ajuda para ser efetiva tem de ser organizada"

Parte este domingo, pelas 22:00, mais um avião - o terceiro - com ajuda portuguesa para Moçambique. Uma equipa da Cruz Vermelha e Médicos do Mundo seguirá num Boeing 767 fretado, que levará 35 toneladas de medicamentos e alimentos para a Beira. Inicialmente, a partida estava prevista pelas 18:00, mas foi adiada por uma horas,

No aeroporto de Figo Maduro, o presidente da Cruz Vermelha, Francisco George, deu a indicação de que esta missão tem o nome "Embondeiro", uma árvore típica de Moçambique, e fez um ponto de situação relativamente à ajuda em dinheiro que foi recebida até agora pela instituição.

Já recebemos 800 mil euros, e é preciso frisar que destes, foi preciso subtrair 210 mil para pagar este charter que faz agora o voo direto para a Beira. Sunlinho que os voos comerciais não fazem ligação Lisbpa-Beira e que aeroporto de Maputo está sob pressão. Não foi preciso pensar duas vezes (...): deslocar o avião para o local da catástrofe"

Segue a bordo um hospital de campanha com sete módulos e geradores, num total de cinco toneladas, mais 15 toneladas de medicamentos, "e também, a pedido do senhor embaixador, 500 quilogramas de fibra ótica para comunicações", acrescentou Francisco George.

Bens alimentar, como latas de fácil abertura e bolachas, vão ser entregues às Nações Unidas para que cheguem às populações. Realçou o esforço de artistas, como João Gil e Rui Veloso, que "estão a organizar um sistema inovador para captação de fundos a partir de concertos que organizam a partir do site da CVP".

Vamos ficar nunca menos de seis meses na Beira".

A ministra da Saúde também marcou presença na partida desta equipa e sublinhou à população que "a ajuda para ser efetiva tem de ser organizada" e que é preciso "perceber as condições no terreno e o que é que é necessário fazer chegar, nomeadamente meios humanos".

Marta Temido afirmou que os meios médicos enviados são do Serviço Nacional de Saúde, dos hospitais da Universidade de Coimbra, dos de Lisboa e ainda de Leiria e de Entre Douro e o Vouga. Nos próximos dias, o Governo português irá fazer chegar mais ajuda a Moçambique."Um país no qual viveram muitos portugueses, ainda vivem muitos portugueses, onde temos amigos, e com o qual temos relações de trabalho".

O embaixador de Moçambique em Lisboa, Joaquim Bule, disse que, o que Maputo "espera de Portugal é isto, é a solidariedade que Portugal tem vindo a demonstrar desde a primeira hora".

Há cerca de dez portugueses ainda por localizar, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, que aguardava, no aeroporto de Figo Maduro, pelas 01:00 de segunda-feira, a chegada dos sete portugueses que pediram para deixar o país. Pediram para regressar ao país natal por questões de saúde ou porque perderam tudo.

Falta quase tudo a quem tudo perdeu. Há 1.500 pessoas que, vários dias depois da passagem do ciclone, podem ainda estar presas em telhados e em árvores. Os enviados especiais da TVI recolheram testemunhos dramáticos de sobreviventes.

O último balanço oficial dá conta de 761 mortos nos três países afetados - Moçambique, Zimbabué e Malawi. Destes, 446 só em Moçambique.

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