Incêndio de Odemira mantém uma frente ativa, 17 pessoas retiradas preventivamente - TVI

Incêndio de Odemira mantém uma frente ativa, 17 pessoas retiradas preventivamente

  • Agência Lusa
  • ATUALIZADA 15:01
  • 19 ago 2021, 07:10

No local combatem atualmente as chamas 694 operacionais, apoiados por 231 veículos e 10 meios aéreos

O incêndio que está ativo em Odemira, desde quarta-feira, provocou quatro feridos, um deles grave, além de uma pessoa ter sido assistida no local, revelou esta quinta-feira o comandante operacional distrital de Beja (CODIS) da Proteção Civil, Carlos Pica.

De acordo com o responsável pelas operações que fez o balanço das operações de combate ao fogo, não há registo de danos a habitações. O comandante falou numa operação de "grande complexidade" devido ao terreno e às condições metereológicas que se fizeram sentir durante a tarde de quarta-feira. 

No entanto, “a noite foi favorável” para as operações de combate às chamas e permitiu “antecipar um conjunto de medidas operacionais” em relação ao comportamento do incêndio.

Apesar de existir uma frente ativa, o comandante distrital de Beja garantiu existirem "meios posicionados e uma estratégia definida” para combater as chamas.

Este incêndio já atingiu o concelho de Monchique e tem também perspetivas de poder atingir o território de Silves [no distrito de Faro]. Nestes três concelhos estão a ser desenvolvidas ações preventivas, nomeadamente junto das habitações isoladas em serra", tendo sido deslocadas 17 pessoas nos três concelhos, por precaução, disse à Lusa o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em declarações pouco antes das 03:00.

No local combatem atualmente as chamas 694 operacionais, apoiados por 231 veículos e 10 meios aéreos, estando previsto o reforço de meios nas próximas horas, informou a mesma fonte.

Ainda temos alguns meios a caminho, que vão chegar nas próximas horas ao teatro de operações", disse o comandante Pedro Araújo.

O combate ao incêndio, que mantém duas frentes ativas, em mato e povoamento misto, de sobreiros, pinheiros e eucaliptos, está a ser dificultado pelo vento e pelos acessos difíceis.

É um incêndio que é favorecido pelo vento que se faz sentir no local, mas também acompanhando a topografia nesta zona do território", uma "zona montanhosa, de acessos difíceis", explicou o comandante.

 

Em alguns segmentos do incêndio, não existem acessos a meios terrestres", acrescentou.

As chamas já fizeram um ferido grave, um civil de 20 anos que sofreu queimaduras e foi transportado para o hospital, tendo ainda um bombeiro sido assistido no local, por ter sofrido uma entorse, disse anteriormente à Lusa fonte da ANEPC.

Este civil foi inicialmente considerado ferido leve e, depois da intervenção da viatura médica, foi reclassificado para ferido grave”, explicou a mesma fonte.

O homem “inspirou ar muito quente e tem que ser avaliado do ponto de vista das vias aéreas”, tendo ainda “uma área queimada considerável”, assinalou, frisando tratar-se do "único ferido" por agora, dado que o bombeiro foi apenas assistido no local.

Os bombeiros receberam às 13:14 de quarta-feira o alerta para o fogo, que eclodiu perto do lugar de João Martins, na freguesia de Sabóia, no concelho de Odemira.

A operação de combate envolveu, ao longo do dia, meios dos bombeiros e da Força Especial de Proteção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Chamas em Odemira queimam floresta, "muitas colmeias" e medronhal

O presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, revelou entretanto que arderam “muitas colmeias” na freguesia de Sabóia, devido ao fogo que lavra no concelho há mais de 24 horas, existindo também “diversos prejuízos” em zona de medronhal.

“Já tive oportunidade de encetar essa diligência para o levantamento de vários danos em colmeias, muitas colmeias arderam”, afirmou o presidente da Câmara de Odemira, na conferência de imprensa realizada hoje, em Sabóia, para fazer o ponto de situação do incêndio.

O autarca explicou que “ainda é cedo” para fazer um balanço dos prejuízos, mas já estão “identificados diversos” danos, como os verificados nas colmeias dos apicultores da freguesia, mas também outros.

“Esta é uma zona também de medronhal”, onde se registam “diversos prejuízos”, nomeadamente “algumas iniciativas florestais de projetos agrícolas nessa área do medronhal, infelizmente, foram perdidas”, indicou.

Até ao momento, o autarca disse não ter recebido qualquer relato de “situações de gado afetado”.

“Mas, obviamente, o levantamento já está a decorrer, com o apoio da [Junta de] Freguesia de Sabóia e, certamente, nos próximos dias, será possível fazer um balanço mais rigoroso”, afirmou.

 

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