CRIL: moradores ocupam casa que vai ser demolida

Cerca de 30 moradores do bairro de Santa Cruz, Lisboa, concentraram-se esta segunda-feira, de manhã junto a uma moradia abandonada que vai ser demolida para permitir a construção do último troço da CRIL (Buraca/Pontinha), cujo traçado contestam, refere a agência Lusa.

Concentrados em frente à casa, situada na Rua Comandante Augusto Cardoso, os manifestantes envergam t-shirts onde se pode ler «CRIL sim, assim não» e «o Governo mente» e gritam «Assassinos», argumentando que o traçado da estrada será perigoso para os condutores e poderá causar mortes.

«Por cada morte que houver na CRIL serão identificados todos os técnicos que trabalharam nesta obra e vão ser responsabilizados individualmente nos tribunais», afirmou um dos presentes na contestação, que empunhava um megafone.

Manifestante permanecerá em cima do telhado o tempo que for preciso

Um dos manifestantes subiu para o telhado da casa que irá ser demolida, numa acção que pretende ser um «símbolo» da contestação e não para impedir a derrocada da casa, disse um elemento da comissão de moradores, que contesta o futuro traçado da CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa).

O mesmo residente adiantou que o homem poderá permanecer em cima do telhado «durante o tempo que for necessário». «Não estamos contra a CRIL, mas sim contra a maneira como está a ser feita. Toda esta situação revolta-nos», disse João Peixinho, morador na zona.

A comissão de moradores do bairro de Santa Cruz alega que a declaração de impacte ambiental (DIA) foi violada, já que o traçado que foi sujeito a consulta pública não corresponde ao que foi adjudicado, tal como admitiu recentemente o ministro do Ambiente, Nunes Correia, na Assembleia da República.