Moradores de Carnide arrancam parquímetros da EMEL - TVI

Moradores de Carnide arrancam parquímetros da EMEL

  • Notícia atualizada às 10:35 de 6 de abril
  • 6 abr 2017, 00:50

Cerca de duas centenas de moradores de Carnide, em Benfica, juntaram-se esta noite para arrancar os sete parquimetros da EMEL colocados na zona histórica do bairro

Cerca de duas centenas de moradores de Carnide, em Benfica, juntaram-se esta noite para arrancar os sete parquímetros da EMEL colocados na zona histórica do bairro, alegando que estes lhes foram impostos sem uma consulta prévia.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa, disse que esta "ação popular" nasceu de forma espontânea entre os moradores da zona, que se sentem injustiçados com a colocação dos parquímetros por parte da EMEL - Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, "sem uma consulta pública".

Para esta tarefa de remoção, os moradores dizem-se "munidos das próprias mãos" e de "uma enorme vontade de remover uma injustiça" que lhe foi imposta pela EMEL.

Cerca das 00:00, o presidente da Junta de Carnide disse que já tinham sido retirados quatro dos sete parquímetros da zona histórica, mas garantindo que não foram danificados nem vandalizados, já que estes cidadãos em protesto "são pessoas de bem" que apenas querem fazer valer os seus direitos nas decisões para a zona onde habitam.

Confrontado sobre se esta ação poderia representar um crime de destruição de propriedade pública, Fábio Sousa disse entender que não, uma fez que a intenção dos moradores "é retirá-los e devolvê-los a quem os impôs" sem questionar a junta ou os moradores.

Retirada não é vandalização", ouvia-se pelo telefone uma moradora a acrescentar, durante a conversa da Lusa com o presidente da junta.

EMEL diz que população foi avisada

 A Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) garante que a população e a Junta de Freguesia de Carnide estavam informadas da colocação dos parquímetros retirados pelos munícipes durante a noite em protesto.

Em declarações à agência Lusa, Helena Carvalho, diretora de Institucionais e Cidadania da EMEL, disse estranhar a posição do presidente da Junta de Freguesia, afirmando que o autarca não se manifestou contra quando se falou do assunto na reunião descentralizada ocorrida em janeiro.

Em janeiro, na descentralizada, o presidente da junta estava lá e não se manifestou. Aliás, estive a rever as atas dessa reunião e não encontrei qualquer posição dele relativamente a este assunto”, disse a responsável.

Helena Carvalho contou ainda que a EMEL já desde janeiro tinha autorização do presidente da Câmara de Lisboa para entrar nesta zona de Carnide, “muito pressionada sob o ponto de vista do estacionamento”.

Quando há jogos de futebol [no estádio da Luz] os carros amontoam-se junto às habitações e esta população, que é idosa, se precisar de ir ao médico, nalguns casos tem de sair pela janela”, afirmou.

A responsável explicou que a população também foi informada pela EMEL, através de flyers e de um pequeno jornal, “onde eram explicadas as vantagens das alterações e a aconselhar [os moradores] a tratar do dístico de morador para estacionamento”.

Fizemos inclusive ações de sensibilização, onde as pessoas eram informadas mas não havia ainda multas. Quando começaram as pinturas no chão é que os problemas começaram a surgir”, explicou.

“Toda a gente estava informada. Parece-me que o presidente da junta mudou de opinião de janeiro para cá, provavelmente por outras questões que queria ver resolvidas na sua freguesia pela câmara municipal, mas isso não é matéria da competência da EMEL”, acrescentou.

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