Ao final da manhã desta quinta-feira vai ser feita outra tentativa para arrastar o navio encalhado junto ao Bugio desde a semana passada e as autoridades contam no fim de semana aproveitar as águas vivas para ajudar na operação.
Confirme explicou à agência Lusa o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional (AMN), Fernando Pereira da Fonseca, as tentativas, aproveitando a preia-mar, serão feitas ao final da manhã/início da tarde e, depois, na próxima madrugada.
A indicação que tenho é que esta noite o navio mexeu pouco mais de 10 metros, inferior ao que mexeu nas situações anteriores, e a ideia é voltar a arrastar o navio na ordem dos 50 a 60 metros. Essa situação seria a melhor”, afirmou.
O responsável disse ainda que o armador e a empresa “estão convencidos de que, com o aumento da ondulação, que já se faz sentir, e com o aproximar do fim de semana, que traz águas vivas, com uma altura de maré superior ao normal, se reúnam as condições que garantam que o procedimento venha a ter sucesso”.
Segundo o porta-voz da AMN, foram indicadas várias medidas, entre elas a retirada de carga do navio, que apenas deverão avançar se não houver sucesso com as tentativas que serão feitas aproveitando as condições que o fim de semana vai trazer, com ondulação e marés mais altas.
Progressivamente, a altura da maré vai ser cada vez mais alta: estávamos com altura da maré na ordem dos 2,5 metros e deverá chegar aos três metros e pouco”, acrescentou.
O navio "Betanzos", com dez tripulantes a bordo, encalhou na madrugada de dia 6 de março, cerca das 01:00, à saída da barra de Lisboa, após uma falha total de energia e da tentativa de fundear.
Na quinta-feira passada, como medida de precaução devido ao mau tempo, os dez tripulantes e quatro elementos técnicos foram resgatados do navio por um helicóptero da Força Aérea Portuguesa.
O “Betanzos” está encalhado perto do Farol do Bugio, no Forte de São Lourenço do Bugio, concelho de Oeiras, na foz do Rio Tejo, e transporta oito mil toneladas de areia com sílica, usada na indústria de porcelana e cerâmica.
A bordo do navio, que se deslocava para Casablanca, em Marrocos, estão 130 toneladas de combustível e 20 toneladas de resíduos oleosos, mas segundo o porta-voz da AMN, na ausência de danos estruturais, o risco de derrame é baixo.