«Carlos Silvino pode fugir para o Brasil» - TVI

«Carlos Silvino pode fugir para o Brasil»

Casa Pia

No Brasil a extradição é feita apenas em caso de crime de sangue. Entrevista do investigador da PJ revela que esta pode ter sido a sua motivação para desmentir tudo

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O principal investigador dos casos de pedofilia no processo Casa Pia na Polícia Judiciária, José António Dias André, admite em entrevista ao jornal «i» que Carlos Silvino pode fugir para o Brasil para escapar aos 18 anos de prisão a que foi condenado.

Dias André admite que uma eventual ida para o Brasil pode ter sido a motivação para que o ex-motorista da instituição tivesse desmentido todos os crimes de todos os implicados no processo ¿ uma entrevista polémica publicada recentemente na revista «Focus».

Dia André afirma que Carlos Silvino pode fugir para o Brasil onde a extradição só é efectuada em caso de crime de sangue. «Não sei o que lhe foi prometido. Ele pode sair do país. Podem-lhe ter prometido um sítio seguro para viver, nomeadamente o Brasil, onde dificilmente será extraditado. No Brasil não extraditam ninguém, só em crime de sangue», disse à publicação.

O ex-inspector-chefe da PJ refere ainda nesta entrevista que existem filmes e fotografias que demonstram os abusos, mas que nunca não foram encontrados. Dias André admite que estes filmes e fotografias possam estar fora do país, na França ou Suíça, e revela que só não houve investigações no estrangeiro porque a Polícia Judiciária não tinha dinheiro para sair do país. Os filmes eram colocados no circuito internacional.

Dias André confessa que gostava que Carlos Silvino falasse a verdade toda e que contasse a história dos filmes. «Se soubesse onde estão ia lá buscá-los e pagava as despesas», admite.

Os condenados no caso Casa Pia recorreram da sentença e o processo está agora no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), nas mãos da desembargadora Guilhermina Freitas.

Será realizada uma apreciação de toda a prova produzida em tribunal. Ou seja, seis anos de julgamento, expostos em 275 volumes com mais de 66 mil folhas.

Recorde-se que foram aceites os oito recursos interpostos: pelos arguidos, pelas vítimas e pelo Ministério Público.
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