Operação Lex: Catarina Martins pede aos investigados que se afastem de funções - TVI

Operação Lex: Catarina Martins pede aos investigados que se afastem de funções

  • SS
  • 2 mar 2020, 14:06

A líder do BE apelou para que seja a própria justiça ou mesmo aqueles que estão a ser investigados a terem a iniciativa de se afastar das suas funções

A coordenadora do BE apelou esta segunda-feira à Justiça e aos investigados no âmbito da operação Lex para tomarem a iniciativa de se afastarem das funções de forma a "não criarem alarme e manterem a confiança nas instituições de justiça".

Julgo que o Conselho Superior de Magistratura iria fazer declarações hoje. Aguardo serenamente pelas declarações do Conselho Superior de Magistratura. Mas, julgo que todos nós compreendemos a gravidade. A partir do momento em que há investigação, é muito difícil haver confiança na justiça com juízes que estejam nas suas funções, com investigações deste calibre", afirmou Catarina Martins.

A líder bloquista falava aos jornalistas em Belmonte, distrito de Castelo Branco, onde se deslocou para participar no projeto "À Descoberta de Personalidades Nacionais", do centro escolar local.

Voltando a comentar a notícia divulgada pela TVI sobre indícios de fraude e falhas na distribuição de processos no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) por parte do seu atual presidente, Orlando Nascimento, a líder do BE apelou para que seja a própria justiça ou mesmo aqueles que estão a ser investigados a terem a iniciativa de se afastar das suas funções.

Aquilo a que eu apelo é que a própria justiça ou mesmo aqueles que estão a ser investigados, que tenham a iniciativa de se afastar das suas funções, para não criarem alarme e para manterem a confiança nas instituições de justiça", salientou.

Catarina Martins considerou ainda que o atual clima de suspeição deve "preocupar muito" toda a gente.

É de uma enorme preocupação a ideia de que há corrupção na justiça. Está a ser investigada, naturalmente até ao fim dos processos há toda a presunção da inocência de todos os envolvidos. Mas a investigação acontece e deve preocupar-nos a todos bastante. Agora a melhor forma de não criar alarmismos e manter a confiança na justiça é, já o disse e repito, que quem está a ser investigado suspenda as suas funções. Não é ao Parlamento que cabe ter uma posição sobre isso. A própria justiça pode fazê-lo", concluiu.

No âmbito desta operação são arguidos os juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante, bem como o ex-presidente do TRL Luís Vaz das Neves.

A Operação Lex, que ainda está em fase de investigação no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, tem atualmente mais de uma dezena de arguidos, entre os quais o funcionário judicial do TRL Octávio Correia, o advogado Santos Martins, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, João Rodrigues e os três juízes.

O ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) Vaz das Neves afirmou esta segunda-feira que não teve qualquer tipo de benefício por intervenções suas em atos de distribuição de processos, enquanto esteve à frente daquele tribunal.

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