PJ apanha elemento da máfia siciliana - TVI

PJ apanha elemento da máfia siciliana

O homem desenvolvia «actividade criminosa, mas não actividade mafiosa» no nosso país, garante o director-adjunto da PJ

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Giovanni Lore, um dos membros perigosos e armados da máfia siciliana, que estava em fuga às autoridades desde o ano passado, foi detido em Portugal, esta quinta-feira, na discreta zona do Bombarral. O italiano estava em território nacional desde o início do ano e foi o seu comportamento de «gastador» que levou a Polícia Judiciária a suspeitar e a montar uma operação de vigilância que culminou com a detenção de sete suspeitos.

«Chegou-nos a informação de que um grupo de indivíduos sem emprego estava a viver naquela zona. Possuíam bons carros, gastavam muito dinheiro em jantares e prostitutas de luxo», adiantou ao tvi24.pt Carlos Carmo, responsável pela directoria de Leiria da Polícia Judiciária. O comportamento gastador chegou ao conhecimento das autoridades através de informadores. Começou então uma investigação que durou quatro meses.

Esta quinta-feira, a PJ desencadeou uma operação policial em várias localidades do Bombarral, Torres Vedras, que levou à detenção de sete suspeitos de burla qualificada, furto e viciação de veículos, receptação, associação criminosa e branqueamento de capitais.

O director-adjunto da PJ, Pedro do Carmo, em declarações ao tvi24.pt reconhece o grau de importância da detenção de um indivíduo que detém um lugar de destaque na hierarquia da máfia, mas tranquiliza o país: estas pessoas «procuram Portugal como refúgio». Uma situação que não é «inédita». Esta pessoa efectivamente desenvolvia «actividade criminosa, mas não actividade mafiosa» no nosso país.

Pedro Carmo explica que apesar de existir uma estrutura de associação criminosa e de ser possível a existência de «semelhanças» entre os crimes praticados em Portugal e em Itália, não existia em Portugal uma estrutura mafiosa, uma vez que uma máfia «não se constrói de um dia para o outro».

O mesmo responsável explica ainda que não há suspeitas de que a activada realizada em Portugal tenha qualquer ligação à máfia italiana. «O grupo ao qual pertencia foi totalmente desmantelado no final do ano passado e por isso mesmo não há qualquer ligação», afirmou, explicando, que os restantes detidos estabeleceram relações com Giovanni Lore depois da fuga às autoridades.

Sobre o italiano pendia um mandado de detenção europeu por estar ligado à máfia siciliana», fazendo parte de um grupo de cerca de trinta pessoas que foram presas na Sicília, no final do ano passado e principio do corrente ano. A Polícia Judiciária esclarece ainda que as autoridades italianas não sabiam do paradeiro do suspeito até à intervenção de Portugal.

Também na quinta-feira, a PJ do Funchal deteve um cidadão italiano, no seguimento de um mandado de detenção europeu, mas, fonte da PJ já garantiu que os casos nada têm a ver um com o outro.

Foram apreendidos diversos veículos, vários computadores e pens, muita documentação comercial, carimbos, sobre firmas clonadas para concretização dos desígnios criminosos e uma arma de fogo, entre outros materiais e documentos. Os indivíduos vão ser presentes ao Tribunal de Leiria na tarde de sexta-feira. Há a possibilidade de o suspeito de nacionalidade italiana ser posteriormente ouvido também no Tribunal da Relação de Coimbra.

Mafioso já tinha estado em Espanha

O italiano já tinha sido interceptado pelas autoridades espanholas, em Vigo, no Inverno passado, antes do nome constar da base de dados dos procurados internacionalmente.



Conta o «El Mundo» que foi mandado parar pela polícia e que conduzia um carro com matrícula transalpina. Apesar de trazer uma grande quantidade de dinheiro, explicou-se dizendo que o dinheiro era resultado do negócio do pescado.

A polícia mandou seguir o homem, de 45 anos, alto e forte, que, afinal, está alegadamente ligado a crimes de tráfico de drogas e armas.
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