Bombeiros revoltados com as "cabras sapadoras" - TVI

Bombeiros revoltados com as "cabras sapadoras"

  • JFF
  • 19 jan 2018, 18:41
Incêndio na Mealhada

Comunicado dos bombeiros manifesta o enorme desagrado com o termo escolhido para projeto-piloto de prevenção dos incêndios florestais. Consideram ser um desrespeito por quem tanto faz pelo país

O projetodo Governo “cabras sapadoras” parece não ser uma boa ideia para todos. A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) manifestou-se contra o projeto, ou melhor, contra a designação do projeto, em comunicado divulgado esta sexta-feira. Os bombeiros consideram que o nome atribuído ao projeto é um desrespeito pela profissão, sobretudo depois de um ano marcado pelos “trágicos incêndios”.

A ANBP questiona o que aconteceria se o Governo designasse outras forças de segurança como 'cabras PSP' ou 'cabras GNR' ou 'cabras técnicos de proteção civil'?”

É esta a questão que os bombeiros colocam, dois dias depois de o Governo informar que vai avançar com o projeto-piloto.

A ANBP queixa-se de um desrespeito pela profissão, porque “nem no tempo em que o Rei D. João I criou os bombeiros profissionais, nem no tempo do Salazar, os bombeiros foram alvo de um tratamento tão pouco digno!”.

O problema aqui não são as cabras, nem sequer é o projeto. Os bombeiros fazem até questão de reforçar a importância dos animais na prevenção de incêndios florestais. O que está mal, dizem, é "comparar as funções de um animal a um ser humano".

No comunicado, a ANBP afirma ainda que esta designação denota o desrespeito dos governos para com a classe, que há muito tempo luta pela aprovação do estatuto dos bombeiros profissionais.

Não esquecendo a importância da criação de projetos para prevenção dos incêndios, os bombeiros queixam-se de uma atitude “abusiva” na utilização do temo, que se refere a uma “classe profissional que conta com mais de 600 anos de história em Portugal e que merece o respeito de todos e sobretudo dos órgãos de soberania”.

Para a associação de bombeiros, ficam por cumprir as promessas de mais dignidade, melhores condições de trabalho e uma carreira profissional, feitas em altura de crise, quando Portugal estava em chamas.

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