O incêndio que deflagrou este sábado à tarde no concelho de Oleiros já fez um morto (o bombeiro Diogo Dias, de 22 anos) e sete feridos. Entre os feridos, está um civil e seis bombeiros. Entre os bombeiros feridos, dois estão em estado grave.
O balanço da situação foi feito, pelas 19:15 deste domingo, pelo comandante operacional, Luís Belo Costa, no posto de comando situado em Oleiros.
Luís Belo Costa avançou as frentes de Oleiros e Proença-a-Nova foram entretanto dominadas. A outra frente da Sertã continua a provocar preocupações. Três aldeias estão "sob observação muito apertada": Vale da Lousa, Vale da Cuba e Pedintal.
Temos três aldeias, Vale da Lousa, Pedintal e Vale da Cuba [Oleiros] que têm estado em observação muito apertada da GNR e do Serviço Municipal de proteção Civil. O risco é efetivo mas, com a concentração de meios projetado para a defesa destas aldeias, o risco é menor", afirmou o Comandante Operacional de Agrupamento Distrital do Centro Sul (COADCS), Luis Belo Costa.
Várias pessoas foram retiradas "em segurança" e algumas já regressaram às suas casas.
Adiantou também que existem alguns danos em edificações mas que ainda não há nenhum levantamento feito da sua tipologia e da sua importância.
Ainda é cedo. O objetivo é dominar o incêndio em primeiro lugar", frisou.
Belo Costa realçou que a estratégia delineada durante a manhã para este incêndio assentava no respeito pela meteorologia ao longo do dia.
O vento que iria dar uma oportunidade de intervenção de cerca de quatro horas, para o esforço de combate, acabou por não dar os resultados, uma vez que quatro horas é muito pouco num terreno especialmente difícil", disse.
Fogo para combater o fogo
A mudança do vento permitiu aos operacionais levar a cabo uma manobra de fogo, que estava a ser colocada em prática precisamente no momento em que estava a ser feita a conferência de imprensa. De acordo com Belo Costa, só nesta altura foi possível levar a cabo esta manobra.
Só se está a fazer esta manobra porque o vento começou a mudar de Norte para Sul. Ela só é feita quando há garantias de sucesso, mediante condições próprias, por técnicos experientes e credenciados", explicou.
Em linha do que já tinha sido dito pelo Ministro da Administração Interna, Luís Belo Costa disse também que o incêndio tem grandes dimensões e o combate pode durar vários dias.
Este domingo, ao fim da tarde, à hora em que foi feito este balanço pela proteção civil, o fogo era combatido por mais de 860 bombeiros, apoiados por quase 300 viaturas e 14 meios aéreos.
É um empenhamento musculado. Ainda estamos à espera da chegada de mais três grupos de reforços, o que implica mais uma centena de operacionais", explicou Belo Costa.
E assim aconteceu. Pelas 00:45 de segunda-feira, estavam no terreno 932 elementos, apoiados por 291 viaturas. Com o cair da noite os 14 meios aéreos que combateram o fogo durante o dia recolheram.