Proteção Civil garante que não há falta de meios no combate aos incêndios de outono - TVI

Proteção Civil garante que não há falta de meios no combate aos incêndios de outono

  • CM/ Atualizada às 16:37
  • 9 out 2017, 14:02

Autoridade responde à Liga Portuguesa dos Bombeiros, dizendo que as condições meteorológicas adversas estavam previstas e que o dispositivo de combate aos fogos foi reforçado com 50 equipas

O dispositivo de combate aos incêndios foi reforçado com meia centena de equipas dos corpos de bombeiros devido às “condições meteorológicas adversas” que se registam no país, anunciou a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), nesta segunda-feira.

As 50 equipas de combate a incêndios dos corpos de bombeiros, que entraram em funções no dia 1 de outubro, vieram reforçar os meios previstos para a fase Delta do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais 2017 (DECIF 2017), indica a ANPC em comunicado.

A estas equipas acrescem, ainda, os grupos de reforço dos corpos de combeiros que foram mobilizados de acordo com “as necessidades operacionais verificadas a cada momento, bem como o dispositivo das Forças Armadas que participa essencialmente em missões de rescaldo e vigilância pós rescaldo”.

Os grupos de reforço têm origem nos distritos com menos ocorrências e visam reforçar os teatros de operações mais complexos, e que, nos últimos dois dias, foram mobilizados vários destes grupos para enfrentar a situação dos incêndios rurais que deflagraram em várias regiões do país.”

Para a fase Delta, que teve início a 1 de outubro, os meios previstos são 5.518 Operacionais, 1.307 Veículos, 18 Meios aéreos (três helicópteros ligeiros, oito helicópteros médios, três helicópteros pesados, dois aviões anfíbios médios e dois aviões anfíbios pesados).

O comunicado da ANPC surge na sequência das declarações do presidente da Liga Portuguesa dos Bombeiros (LPB), Jaime Soares, em que acusou as autoridades de Proteção Civil de terem reduzido os meios de combate aos incêndios, quando se antecipava um mês de risco.

O país está a passar por uma situação gravíssima de destruição florestal”, afirmou no domingo Jaime Marta Soares, lamentando que não tenha havido “um planeamento como devia ser”, nem “uma prevenção estratégica”, depois de a Liga dos Bombeiros Portugueses ter alertado que “não pode existir uma ‘décalage’ tão grande da fase Charlie e a fase Delta”.

A ANPC rejeita as declarações de Jaime Soares e lembra que no “processo longo e laborioso que se inicia no final do DECIF do ano anterior participam diversas entidades, entra as quais a Liga dos Bombeiros Portugueses”.

A diretiva é construída com base no conhecimento do risco histórico de incêndio rural e da distribuição temporal das ocorrências ao longo do ano, tendo como base os dados relativos aos anos anteriores e auscultando os diversos intervenientes durante a elaboração da mesma.”

Os meios da fase Delta foram, assim, “os previstos aquando do processo de planeamento da época de incêndios rurais”.

Além do DECIF, são mobilizados “muitos outros operacionais” dos corpos de bombeiros, da GNR, dos sapadores florestais e de outros agentes de proteção civil, os quais são empenhados em função do Estado Alerta Especial vigente e das necessidades operacionais sentidas a cada momento.

A ANPC assegura que o DECIF 2017 tem “a flexibilidade necessária e suficiente para responder a situações de maior exigência”, como se comprovou entre 1 e 8 de outubro, em que se verificaram 873 incêndios rurais, dos quais 290 deflagraram no período noturno.

Estes incêndios foram combatidos por 19.611 operacionais, 5.425 Veículos, e 247 missões de meios aéreos (179 das quais em ataque inicial).

Meios a 40% 

Por seu turno, o secretário de Estado da Administração Interna considerou também que o combate aos incêndios dos últimos dias não foi prejudicado com a redução de meios, que foi de 40 por cento em relação à época mais crítica.

O corte dos meios não (…) tem a ver com os incêndios que neste momento vemos e que às vezes queremos fazer uma ligação direta” com o que está a acontecer e a falta de recursos, disse Jorge Gomes, em declarações à agência Lusa.

O secretário de Estado adiantou que a 1 de outubro, com o início da fase Delta, foi feito um “corte de 40 por cento” dos meios de combate em relação à fase mais crítica de incêndios florestais - a Charlie, que terminou a 30 de setembro -, sendo o corte “devidamente calculado”.

Neste momento mantemos ainda na fase Delta 5.518 operacionais, 1.307 viatura e 18 meios aéreos pesados”, sublinhou.

Além destes meios da fase Delta, adiantou, o dispositivo de combate aos fogos foi reforçado, desde 1 de outubro, com 50 equipas dos corpos de bombeiros, significando mais 250 operacionais, e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) criou grupos de reforços a incêndios florestais, que “estão à disposição das necessidades em qualquer ponto do país”.

O secretário de Estado justificou este reforço com as condições meteorológicas e “para acautelar algum aumento significativo de incêndios”.

A fase Delta está a funcionar com reforço significativo de recursos humanos e de alguns meios aéreos”, disse, sublinhando que “estes recursos se vão manter no terreno até que seja necessário”.

Os reforços da fase Delta terminam a 15 de outubro, mas não terminam dia 15 se o tempo continuar como está”, salvaguardou.

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