Já se sabe o que matou as vacas no Alentejo - TVI

Já se sabe o que matou as vacas no Alentejo

Vacas morrem no Alentejo

Agrupamento de Defesa Sanitária revela que morte dos bovinos se deveu a uma depressão imunitária dos animais

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O responsável pelo Agrupamento de Defesa Sanitária (ADS) de Portalegre, José Cachapa, revelou esta quarta-feira que a morte de dezenas de bovinos naquela região deveu-se à depressão imunitária dos animais, causada por carências nutricionais, pelas más pastagens, escreve a Lusa.

«A quantidade de meses com temperaturas anormalmente baixas não deixou desenvolver as pastagens, em termos de quantidade e qualidade, o que provocou que os animais ficassem imunodeprimidos», explicou.

Mistério das vacas mortas (vídeo)

De acordo com o responsável, que falava aos jornalistas na sede da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), a «carência» de vitaminas e minerais, que deveriam estar presentes na alimentação, deixou os animais sem capacidade de resposta imunitária para se defenderem dos agentes agressores, como as bactérias.

José Cachapa sublinhou que as diversas análises realizadas nos últimos dias pelos veterinários da AADP, Direcção-Geral de Veterinária, Laboratório Nacional de Investigação Veterinária e de um laboratório especializado de Montemor-o-Novo em diversas explorações agrícolas são «conclusivas».

Agora, os responsáveis da AADP consideram que os bovinos já possuem «mais defesas», devido ao crescimento das pastagens, em resultado do tempo quente que se tem registado nos últimos dias naquela região do Alentejo.

«A situação está a melhorar», afirmou António Bonito, presidente da AADP.

70 bovinos mortos

O responsável explicou que, num universo de 3.815 explorações agrícolas no distrito de Portalegre, onde existem cerca de 200 mil bovinos, este tipo de casos ocorreu na região norte do distrito em «sete explorações», onde morreram cerca de «setenta bovinos».

Questionado sobre se os produtores poderiam ter evitado a mortandade através da aplicação de uma suplementação alimentar (rações e forragens) aos animais, José Cachapa declarou que «talvez».

«Se fosse possível adivinhar tempos antes dos casos terem ocorrido, começar a fazer uma suplementação, talvez...Só que adivinhar é impossível», sublinhou.

«Este ano é que foi anormal»

«O que os agricultores fazem, como em qualquer sector económico, é ir por aquilo que é habitual, ou seja suplementam os animais da mesma forma como o fazem todos os anos. Este ano é que foi anormal», explicou.

José Cachapa voltou a afirmar que o alerta lançado por diversas entidades, que apontavam a morte dos bovinos como um perigo para a saúde pública, foi «desenquadrado».

António Bonito esclareceu ainda que AADP vai estar «ao lado» dos agricultores afectados, se eles reivindicarem junto do Poder Central algum tipo de ajudas para atenuar os prejuízos.

O Ministério da Agricultura esclarecera no início deste mês que a elevada mortalidade de bovinos no distrito de Portalegre estava associada à leptospirose e a uma conjugação de factores ambientais que diminuíram as defesas dos animais.

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, admitiu a adopção de medidas para responder à elevada taxa de mortalidade de gado no Alentejo, mas adiantou que o Governo ainda averigua eventuais situações de incumprimento do bem-estar animal.
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