Bruno de Carvalho: "Enquanto cidadão, pai e filho, não sinto que tenha sido feita justiça" - TVI

Bruno de Carvalho: "Enquanto cidadão, pai e filho, não sinto que tenha sido feita justiça"

O antigo presidente do Sporting foi hoje absolvido no processo de Alcochete

Bruno de Carvalho diz que, apesar de ter sido absolvido no caso do processo de Alcochete, não sente que tenha sido feita justiça. Em entrevista ao Jornal das 8 da TVI, Bruno de Carvalho fala em "assassinato de caráter". 

Isto não é o fim de nada. Infelizmente, é o início de qualquer coisa. Isto foi tão pesado. Estes dois anos foram tão pesados, para mim e para a minha família. Foi um assassinato de caráter tão grande que esta decisão não elimina tudo", disse. 

O antigo presidente do Sporting diz que tem sido alvo de um "estigma" muito forte, decorrente das acusações de que foi alvo. 

Enquanto cidadão, enquanto pai e enquanto filho não tenho esse sentimento de que foi feita justiça Foi um assassinato de caráter tão grande que vai demorar a resolver. Tem a ver com a acusação e tema  ver com tudo o que norteou este processo", justificou.

“Não há in dúbio pro reo em Portugal”

Bruno de Carvalho elogiou o trabalho do coletivo de juízes que julgou o processo e que, esta quinta-feira, leu a sentença: “As juízas tentaram ao máximo dizer as coisas como deve de ser: ‘não houve obtenção de prova’. (…) Os juízes tentaram ter o cuidado de nunca usar a expressão ‘por falta de provas’.”

VEJA TAMBÉM

O antigo presidente do Sporting teceu duras críticas à Justiça portuguesa:

Não há in dúbio pro reo em Portugal. Não é só para o Bruno de Carvalho. É para toda a gente.”

O gestor diz mesmo o processo Alcochete “não é um bom exemplo para dar uma perceção de justiça às pessoas” e, apesar de ter 44 arguidos se centrou muito em si.

As sessões foram quase todas sobre o Bruno de Carvalho. [A magistrada do Ministério Público] tentou a todo o custo defender a acusação. Eu ficava, por vezes, arreliado com o que ouvia”, disse.

Compensação “pecuniária” por parte do Estado

Bruno de Carvalho admite que estava à espera de ser absolvido, sobretudo, depois das “alegações do Ministério Público e as alterações não substanciais dos factos que o coletivo de juízes produziu”.

Depois de ouvir a sentença que ditou a sua absolvição, diz que só pensou em abraçar a própria família, “porque eles sofreram o que sofreram, só porque o seu filho e o seu pai quis um dia ser presidente do Sporting”.

Questionado se pretendia pedir uma compensação ao Estado português, Bruno de Carvalho foi lacónico, mas contundente: “Pecuniária, sim.”

O desejo de regressar ao Sporting

Bruno de Carvalho diz que “mexeu com muitos interesses” e que a prova disso “é que há muitos processos neste momentos a decorrer em Portugal que têm por base acusações que eu fiz e as pessoas não gostaram”.

Diz que ficou “horrorizado” com os acontecimentos de Alcochete. “Mas fiquei também horrorizado com o que aconteceu em Guimarães três meses antes e que ninguém parece ter dado valor”, rebate.

Considera que foi expulso do Sporting por causa do ataque à academia de Alcochete e, uma vez que a sentença ditou a sua inocência, o seu regresso devia ser repensado. ´

Acho que os sportinguistas deviam pensar muito bem naquilo que aconteceu e solicitar uma assembleia geral para o meu regresso enquanto associado de plenos poderes. (…) No mínimo deviam readmitir-me num clube que eu sempre amei.”

Mas quer mais e não coloca de parte o regresso à direção do clube: “Nunca escondi que acho que fiz um excelente trabalho e nunca escondi que é algo que gosto muito e que acho que me sinto muito honrado.”

 

 

Continue a ler esta notícia