Doença das «vacas loucas»: sem razões para alarme - TVI

Doença das «vacas loucas»: sem razões para alarme

Febre aftosa

Director geral da Saúde garante que não há mais casos e que o programa de vigilância continua activo

ACTUALIZADA ÀS 12h57

O director geral da Saúde garante que não há mais casos notificados da variante da doença de Creutzfeldt-Jacob e que continua activo o programa de vigilância, noticia a Lusa.

Francisco George disse que «não há mais casos notificados» e acrescentou: «Não acredito que os médicos, perante uma presunção de diagnóstico desta doença, não notifiquem as autoridades, até por razões de segurança».

«Eles notificam e procuram saber as normas e procedimentos, quer nacionais quer europeus, desta doença que é muito rara», referiu.

Sobre a possibilidade de virem a aparecer mais casos da doença, o director geral limitou-se a dizer que as autoridades estão «atentas» e que está activo o programa de vigilância para o problema.

BSE faz segunda vítima em Portugal

Francisco George explicou que a doença que causou a morte dos dois jovens em Portugal é uma variante da doença Creutzfeldt-Jacob, «mais frequente e conhecida há muitas dezenas de anos».

«É variante porque surge em idades mais jovens do que a forma esporádica clássica», precisou, adiantando que «tudo indica que a variante tem uma relação causa efeito com o consumo de carne contaminada com BSE».

O director-geral referiu também que os dois jovens falecidos terão consumido carne contaminada antes dos programas sanitários de vigilância para evitar esse consumo, lembrando que o período de incubação da doença é muito longo.

Ministério «descansa» portugueses

O Ministério da Agricultura garantiu que a carne de bovino que se vende em Portugal através dos circuitos normais de distribuição tem uma exposição «nula» ao agente da BSE, conhecida vulgarmente como «doenças das vacas loucas».

O Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas justifica esta segurança afirmando que, «desde 1997, são removidos em Portugal todos os tecidos dos bovinos abatidos para consumo que podem constituir risco de transmissão» da doença.

«Existe um rigoroso controlo oficial praticado em todos os estabelecimentos de abate e preparação de carnes de bovino que assegura o cumprimento destas medidas», refere a nota enviada à Lusa.

De acordo com o ministério, ao longo dos anos, o número de casos de bovinos portugueses detectados com BSE tem vindo a diminuir e a idade dos animais a aumentar, o que significa que a «exposição à doença não ocorreu nos últimos anos».

No ano passado, dos 98.074 animais testados, foram detectados 18 casos da doença em bovinos vivos e oito em cadáveres. O número de casos detectados em 2008 foi superior ao de 2007, altura em que foram identificados 14 casos em animais vivos e nove em cadáveres. Contudo, em 2008 foram testados mais animais do que em 2007 (88.836).

Face aos dados, a «evolução favorável da doença» permitiu que Portugal, «à semelhança de outros Estados-membros, fosse considerado pela Organização Mundial de Saúde Animal como um país de risco controlado no que respeita à BSE» .
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