Figueira da Foz: comissão investiga vídeo de agressão - TVI

Figueira da Foz: comissão investiga vídeo de agressão

  • Redação
  • EC - Atualizada às 16:25
  • 13 mai 2015, 10:34

Vídeo mostra duas adolescentes a agredir um rapaz, ao longo de 13 minutos, perante a passividade de outros jovens. Filmagem está a levar dezenas de pessoas a exigirem a intervenção das autoridades

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A presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Figueira da Foz disse, esta quarta-feira, que esta entidade vai averiguar os acontecimentos divulgados num vídeo na terça-feira no Facebook que mostra agressões a um jovem.

Um vídeo que mostra duas adolescentes a agredir um rapaz, na Figueira da Foz, ao longo de 13 minutos e perante a passividade de outros jovens, está a levar dezenas de pessoas a exigirem a intervenção das autoridades.

O vídeo já foi visualizado por quase um milhão de pessoas, 12 horas depois da sua divulgação. A página de apoio ao jovem agredido, uma comunidade também criada no Facebook, contava hoje de manhã, às 10:00, com mais de 2.000 apoiantes.

“A CPCJ não tinha conhecimento desta situação e só a conheceu depois de divulgado o vídeo. Vamos averiguar o que aconteceu. Recebemos depois da divulgação do vídeo várias participações, mas faríamos uma averiguação mesmo que isso não tivesse acontecido”, disse à agência Lusa a presidente da CPCJ da Figueira da Foz, Sandra Lopes.

O Instituto de Apoio à Criança (IAC) solicitou ao Ministério Público que analise o caso. Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do IAC, Manuel Coutinho, revelou que o Instituto de Apoio à Criança apresentou “a situação para análise” ao Ministério Público.

A vice-presidente do IAC, Dulce Rocha, acrescentou à Lusa que as circunstâncias divulgadas no vídeo “revelam especial censurabilidade” que, na sua opinião, apontam para um crime público que já não depende de queixa.

“Como é um crime com um conjunto de pares, com agressões reiteradas por várias pessoas”, o jovem estava indefeso e o vídeo foi para as redes sociais “poderemos entender que se trata de um crime de ofensas corporais qualificadas”.

“Mesmo que o jovem já tenha 16 anos eu penso que há um circunstancialismo que aponta” para este crime, sustentou.


O vídeo suscitou entretanto centenas de insultos e comentários de repúdio. Muitas outras pessoas reclamam a intervenção das autoridades judiciais, PSP e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.

Apesar de ter sido agora divulgado com a informação de que as agressões aconteceram num estabelecimento de ensino da Figueira da Foz, o vídeo terá sido filmado há cerca de um ano, não numa escola, mas na via pública, junto a um complexo residencial do chamado Bairro Novo, zona turística da cidade. Envolve pelo menos cinco raparigas e um rapaz, para além da vítima, outro rapaz, hoje com 17 anos.

No filme, o agredido começa por levar dois estalos dados por uma rapariga, hoje com 15 anos e a principal agressora. Outra rapariga aproxima-se e, incentivada pelas amigas, dá três estalos ao jovem, mas depois recusa continuar e afasta-se, a rir.

O jovem, que ao longo do vídeo quase nunca esboça reação, aparece junto a uma parede, com os braços caídos, mãos atrás das costas. É depois novamente agredido pela primeira rapariga com mais um estalo. A agressora diz: "Isto é força, isto é força? Queres ver com mais força?" e dá um murro e mais seis estalos ao rapaz enquanto as amigas riem.

Em alguns momentos, as agressões cessam, quando passa alguém na rua.

Até aos oito minutos do filme, a vítima - que tem desde a noite de terça-feira uma comunidade de suporte no Facebook, com mais de 1.300 apoiantes - volta a ser alvo da principal agressora.

Já no final do vídeo, o jovem recebe um copo de água da agressora, que, a certa altura, parece preocupar-se com o rapaz: fala com ele, numa conversa inaudível mas, chamada pelas amigas, despede-se com um forte murro.

Os envolvidos nas agressões, alunos de vários estabelecimentos de ensino da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, foram, na sequência da divulgação do vídeo, quase de imediato identificados no Facebook e alvo de insultos. Parte deles apagou as suas páginas nesta rede social.

 
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