Pode haver mais sexo no verão, mas tenha cuidado com o "quebra-chama" - TVI

Pode haver mais sexo no verão, mas tenha cuidado com o "quebra-chama"

Casal

Não está provado que o calor aumente a frequência com que os casais têm relações sexuais mas, segundo os especialistas, a ausência de horários e de rotinas levam a que haja maior disponibilidade

Com a chegada do tempo quente e o aumento das temperaturas volta a pergunta: os comportamentos sexuais mudam no verão? Ou é apenas mito? A TVI24 falou com a sexóloga Vera Ribeiro para tentar encontrar a resposta.

O verão não é necessariamente o "culpado" pela mudança no que ao sexo diz respeito, mas ajuda. Porquê? Porque, segundo a sexóloga, as pessoas podem mostrar-se mais disponíveis para a atividade sexual: "pelo facto de apanharem mais sol, há um aumento da seretonina, portanto sentem-se mais bem dispostas".

Peles bronzeadas acabam por vestir roupa menor, por estarem mais expostas, mais sedutoras, provavelmente mais disponíveis", diz Vera Ribeiro.

Esta maior disponibilidade prende-se, sobretudo, com as férias de verão que significam ausência de horários e de rotinas quer em casal quer em família. 

O facto de haver menos stress, menos rotina de trabalho, toda aquela rotina diária, muitas vezes as pessoas estão mais disponíveis para se envolver", explica Vera Ribeiro, lembrando que um dos grandes quebra-chama das relações nos tempos que correm é o telemóvel e que "é importante nas férias por o telemóvel à parte, porque o telemóvel acaba por nos ocupar muito tempo e às vezes nem olhamos para a pessoa que partilha a vida connosco".

A maior disponibilidade durante as férias existe também entre solteiros e acaba por levantar outras questões mais preocupantes, como o caso das doenças sexualmente transmissíveis.

Para a sexóloga, o risco de transmissão "nada tem a ver com o verão ou com o inverno".

Se houver relações sexuais sem proteção, obviamente que correm o risco de serem transmitidas doenças. O que pode haver é a associação, muitas vezes, como há verão há mais festivais de verão, há mais interações sociais, portanto, mais interações recreativas e por essa razão, muitas vezes tem o álcool associado e outro tipo de substâncias que podem fazer com que a pessoa se torne menos responsável na hora de utilizar uma proteção", alerta Vera Ribeiro, lembrando ainda que "em relação à questão do sexo oral, ainda continua a haver muito a descrença de que não se transmitem doenças dessa forma, mas transmitem".

Prova de que há mais responsabilidade no que ao sexo diz respeito é, segundo dados Nielsen fornecidos à TVI24 pela Control, o aumento de vendas de preservativos, na época do Verão, em cerca de 12 a 15% quando comparados com os restantes meses. 

Homens e mulheres, quem é que tem mais desejo?

"Ao longo dos tempos, as coisas têm-se invertido um bocadinho, porque o acho que o desejo existe tanto dos homens como das mulheres e não se pode dizer que uns têm mais do que os outros. Isso é errado. Normalmente as pessoas dizem que os homens têm mais desejo do que as mulheres, mas isso é errado. As necessidades, provavelmente, são diferentes, mas o desejo é exatamente igual, explicou a sexóloga. 

 

Vera Ribeiro explica ainda que as alterações na sociedade ajudam a explicar a percepção sobre os comportamentos sexuais.

"O paradigma que tem mudado um bocadinho é que a mulher se tem tornado mais livre nas suas escolhas e pode demonstrar isso. Significa que hoje em dia vê-se mais mulheres a cativarem um homem, a procurarem parceiros, e parece que as mulheres então têm mais desejo agora, variam muito mais os parceiros, mas não. Neste momento o que acontece é que há uma liberdade de expressão, de igualdade de género na expressão das suas escolhas".

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