Supremo rejeita recurso da CML sobre suspensão do Museu Judaico - TVI

Supremo rejeita recurso da CML sobre suspensão do Museu Judaico

  • 18 jan 2019, 19:41
Câmara de Lisboa pondera recorrer de decisão judicial que parou obras do Museu Judaico

Câmara Municipal de Lisboa anunciou em julho do ano passado que recorreu da decisão do tribunal, conhecida em meados de junho, que suspendeu a demolição de edifícios no Largo de São Miguel, para onde estava prevista a construção

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) recusou o recurso interposto pela Câmara de Lisboa e manteve suspensa a construção do Museu Judaico, disse hoje à Lusa a Associação do Património e da População de Alfama (APPA).

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou em julho que recorreu da decisão do tribunal, conhecida em meados de junho, que suspendeu a demolição de edifícios no Largo de São Miguel, para onde estava prevista a construção de um Museu Judaico.

A decisão tinha como base uma providência cautelar apresentada pela APPA em outubro e que, em janeiro, obteve decisão desfavorável do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa. Após recurso, um acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul deu razão à APPA.

De acordo com a decisão, para cumprimento imediato, ficou "suspensa a eficácia das deliberações da Câmara Municipal de Lisboa sobre a obra e é determinada a não demolição dos edificados existentes no local projetado para o Museu e respetivo edifício de apoio".

Em comunicado, a APPA destaca que o “recurso de revista”, interposto pela câmara e pela Associação de Turismo de Lisboa (ATL) foi rejeitado, pelo que "a suspensão das deliberações para demolição de edifícios no Largo de São Miguel" mantém-se.

A mesma nota acrescenta que “é incompreensível que a CML e a ATL ainda não tenham iniciado os trabalhos para preservar os edifícios com demolição suspensa e para garantir a segurança de pessoas e bens”, acrescentando que estas entidades “possuem a autorização que para isso pediram ao Tribunal e à qual a APPA não se opôs”, cita a Lusa.

O acórdão de 11 de janeiro do STA vem dar mais razão a todos os que defendem, como nós, que é necessário refletir sobre este caso, admitir o erro nas deliberações, definir um local alternativo para o Museu e avançar com a construção de casas para habitação permanente no Largo de São Miguel”.

Em julho, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), lembrou que “houve uma primeira sentença que deu razão à câmara e "uma segunda que anulou a primeira, e no ínterim foram feitas algumas obras de demolição”.

O autarca explicou que “uma parte significativa das obras de demolição foi feita”, apontando que a Câmara de Lisboa foi informada “pela Proteção Civil que há uma situação de risco de cair parte da parede que ficou de pé”.

Perante isto, o município pediu “ao tribunal a possibilidade de, por questões de segurança de pessoas e bens, demolir uma parede, que é o que falta relativamente a um dos edifícios”, disse na mesma altura.

Questionada hoje pela Lusa, a Câmara de Lisboa confirmou a receção da notificação do tribunal, adiantando apenas que "está a analisar a situação".

A construção de um Museu Judaico no Largo de S. Miguel, em Alfama, tem tido a oposição de associações de defesa do património e de moradores, que consideram que o projeto vai desvirtuar urbanisticamente o local.

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