Covid-19: empresários da restauração do Porto retomam vigília em frente à Câmara - TVI

Covid-19: empresários da restauração do Porto retomam vigília em frente à Câmara

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  • 3 dez 2020, 12:05
Manifestação do setor da restauração no Porto

Daniel Serra, presidente da Associação Nacional de Restaurantes, explicou que foram constituídos grupos de seis pessoas de entre 18 para se irem revezando, durante noite e dia

A vigília de empresários da restauração do Porto vai ser esta quinta-feira retomada por tempo indeterminado, depois de ter sido interrompida durante a madrugada de terça-feira, disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Restaurantes.

Vamos voltar hoje a estar em vigília, com estruturas para se poder pernoitar. Hoje, às 19:00, começamos a montar para que se inicie sem interrupções”, explicou Daniel Serra, acrescentando que foram constituídos grupos de seis pessoas de entre 18 para se irem revezando, durante noite e dia.

A vigília de empresários da restauração afetados pela pandemia de covid-19 foi iniciada em 30 de novembro, quatro dias depois de nove elementos do movimento “A Pão e Água” ter iniciado uma greve de fome junto à Assembleia da República, em Lisboa, mas teve de ser interrompida na madrugada de terça-feira por falta de tendas.

Agora haverá condições. [A vigília] Irá durar as semanas que forem necessárias, a ideia é dar continuidade e voz àqueles que estão numa situação já de fim de linha, numa situação extrema, empresários que, não vendo soluções à vista, estão revoltados por não haver uma solução para eles, já que os apoios não estão a incluir todos”, frisou.

Segundo adiantou Daniel Serra, os empresários vão estar em vigília com velas, por forma a “iluminar os políticos” para os problemas que estão a atravessar devido às restrições impostas no âmbito do combate à pandemia de covid-19.

O "acampamento" ficará junto ao monumento a Almeida Garrett, na Praça General Humberto Delgado (ao cimo da Avenida dos Aliados), em frente à Câmara do Porto, e resulta do movimento espontâneo de empresários que ameaçam manter-se lá até o Governo discutir os apoios a dar ao setor.

A iniciativa teve a adesão do Movimento das Mulheres pela Restauração e da Associação Nacional de Restaurantes.

O primeiro-ministro afirmou na quarta-feira que o Governo continua a dialogar com representantes dos setores da restauração e animação noturna, salientando medidas de apoio em curso e pediu o fim do "impasse" com empresários em greve de fome em Lisboa.

António Costa contestou também que estes setores não estejam a ser alvo de medidas de medidas de apoio por parte do seu Governo, dizendo que esses auxílios "totalizam já 1.100 milhões de euros, metade dos quais a fundo perdido".

O Governo anunciou, na semana passada, as medidas de contenção da pandemia da covid-19 para o novo período de estado de emergência: nas vésperas dos feriados, o comércio encerra a partir das 15:00 em 127 concelhos do continente classificados como de risco "extremamente elevado" e "muito elevado" e mantêm-se os horários de encerramento do comércio às 22:00 e dos restaurantes e equipamentos culturais às 22:30 nestes concelhos e em mais outros 86 considerados de "risco elevado".

No dia 14 de novembro, o ministro da Economia disse que o apoio excecional aos restaurantes dos concelhos abrangidos pelo estado de emergência para os compensar pela receita perdida nestes dois fins de semana acenderá a 25 milhões de euros e será pago este mês.

Os dados avançados pelo ministro indicam que dos 750 milhões de euros contemplados no programa Apoiar.pt - apoio a fundo perdido destinado a micro e pequenas empresas dos setores mais afetados pela crise com quebras de faturação superiores a 25% -, 200 milhões de euros serão absorvidos pelo setor da restauração.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,4 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 4.645 em Portugal.

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