Francisco Sá Carneiro: 40 anos depois, as dúvidas ainda persistem. Atentado ou acidente? - TVI

Francisco Sá Carneiro: 40 anos depois, as dúvidas ainda persistem. Atentado ou acidente?

Na Noite 24, desta quinta-feira, assinalámos os 40 anos da morte de Francisco Sá Carneiro. Henrique Garcia, Alexandre Patrício Gouveia, Miguel Pinheiro e Joana Reis foram os convidados que relembraram quem foi o homem forte do Partido Popular Democrata (atual PSD).

Foi há 40 anos, a quatro de dezembro de 1980, que Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro, e Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa, morreram na queda do avião Cessna, depois de descolarem do Aeroporto de Lisboa para um comício de campanha no Porto.

No desastre aéreo morreram ainda mais cinco pessoas, a tripulação e restante comitiva: Snu Abecassis, Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia, Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa.

Inicialmente, o motivo da queda foi atribuído a um acidente, mas, anos mais tarde, após várias comissões parlamentares de inquérito, ganhou força a tese de atentado, nunca tendo sido incriminados os suspeitos da alegada sabotagem da aeronave.

Na Noite 24 desta quinta-feira, assinalámos os 40 anos da morte de Francisco Sá Carneiro. Henrique Garcia, Alexandre Patrício Gouveia, Miguel Pinheiro e Joana Reis foram os convidados que relembraram quem foi o homem forte do Partido Popular Democrata (atual PSD).

A aeronove caiu em Camarate, a poucos quilómetros do Lumiar, onde ficava então a redação da RTP. O jornalista da estação Henrique Garcia, à data, foi o primeiro a chegar ao local onde o avião Cessna se despenhou. 

Para além do jornalista e do repórter da imagem, apenas estava junto aos destroços uma corporação de bombeiros, que apagou as chamas provocadas pelo acidente.

Henrique Garcia descreveu detalhadamente o momento em que percebeu que a mais alta figura do Estado português tinha morrido.

O irmão de António Patrício Gouveia, Chefe de Gabinete do Primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro e que também morreu no desastre de Camarate, Alexandre Patrício Gouveia, acredita que a queda do avião Cessna foi um atentado.

Patrício Gouveia acrescenta que todas as comissões de inquérito parlamentares, ente 1994 até 2015, afirmaram que a queda do avião se tratou de um atentado.

Contudo, a justiça portuguesa nunca reconheceu que a queda do CESSNA teve mão criminosa.

O irmão de António Patrício Gouveia é o autor do livro “Os Mandantes do Atentado de Camarate”, que expõe alguns testemunhos que provam a teoria de que o desastre matou Sá Carneiro não foi apenas um acidente.

As comissões de inquérito todas disseram que tinha sido um atentado”, reitera Alexandre Patrício Gouveia.

 

 

O jornalista Miguel Pinheiro, autor de uma grande investigação que culminou na publicação de uma biografia de Francisco Sá Carneiro, explica que hoje Sá Carneiro é uma figura consensual, mas à data tinha vários inimigos, devido aos objetivos políticos que tinha.

O especialista lembra que Sá Carneiro pretendia colocar um ponto final com o que “restava do processo revolucionário”, “acabar com a tutela dos militares sobre o poder político” e “liberalizar a economia portuguesa”, temas que lhe criaram vários inimigos.

Tinha objetivos políticos muito claros e que não eram pacíficos. O que mais me impressionou foi a quantidade de pessoas que discordavam violentamente de Sá Carneiro, não gostavam dele e que o queriam travar”, destaca Miguel Pinheiro.

 

Joana Reis, jornalista da TVI, destaca a importância de Francisco Sá Carneiro na criação do Partido Popular Democrata (PPD), que deu origem ao Partido Social Democrata (PSD).

A jornalista lembra que muitos portugueses aderiram ao PPD motivados, unicamente, por Sá Carneiro, como confidenciou recentemente Rui Rio, atual líder do PSD.

Muita gente aderiu ao PPD [atual PSD] por causa de Sá Carneiro", lembra Joana Reis.

 

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