Medo de cancro leva fumadores a deixar tabaco - TVI

Medo de cancro leva fumadores a deixar tabaco

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Tabagistas largam o vício também pelo preço do tabaco e devido a problemas respiratórios

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O estudo «Tabagismo e Cancro do Pulmão em Portugal», desenvolvido pela Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale), revela que o principal motivo para os tabagistas deixarem de fumar é o medo do cancro do pulmão, seguindo-se o preço do tabaco e problemas respiratórios.

A associação fez 536 entrevistas telefónicas, analisou os hábitos dos fumadores portugueses, os seus conhecimentos sobre os malefícios do tabaco e a suas opiniões sobre o cancro do pulmão, noticia a Lusa.

Os fumadores gastam cerca de 22 euros por semana em tabaco, consumindo uma média diária de 14 cigarros, mas admitem pensar no cancro do pulmão.

O estudo revela que uma em cada três pessoas entrevistadas fuma e, entre os ex-fumadores, só um em cada 10 recebeu ajuda para deixar de fumar. Os entrevistados começaram a fumar com aproximadamente 17 anos.

Um em cada três inquiridos teve um familiar com cancro do pulmão e sete em cada 10 fumadores declararam já ter tentado deixar de fumar.

A maioria dos inquiridos reconhece ter um bom conhecimento dos efeitos do tabaco sobre os fumadores passivos e concorda com a proibição de fumar em locais públicos, como cafés ou restaurantes.

Segundo o estudo, 66 por cento declara não fumar regularmente, sendo que 34 por cento fuma no mínimo três cigarros por dia.

Apesar de a maioria dos portugueses estar consciente das principais doenças associadas ao tabaco, como o cancro do pulmão, a verdade é que mais de metade (65 por cento) dos inquiridos denota um elevado desconhecimento referente à taxa de mortalidade associada à doença.

Aqueles que retomaram o vício e voltaram a fumar apontam as tensões laborais como uma das principais razões para terem cedido às «recaídas».

«Talvez por esta razão o apoio médico e o recurso a fármacos sejam dois dos métodos mais referidos para combater o tabagismo», refere o estudo.

Para António Araújo, da Pulmonale, estes resultados são preocupantes: Por um lado, indicam que «ainda existem muitas pessoas a fumarem e, por outro, que as pessoas que pretendem deixar de fumar não têm tido o apoio necessário e suficiente para serem incentivados a deixar o tabaco».

Para o responsável, a melhor forma de combater o cancro continua a ser a prevenção, com o combate ao tabagismo junto dos mais novos.

«Ao analisarmos o perfil dos fumadores percebemos que é durante a adolescência, mais propriamente entre os 14 e os 18 anos, que se adquirem hábitos tabágicos. Consideramos que é importante agir junto das camadas mais jovens para que dentro de uma década a diferença se faça notar na diminuição da incidência de cancro do pulmão», disse António Araújo.
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