Material substituto de amianto nas escolas é inflamável e cancerígeno - TVI

Material substituto de amianto nas escolas é inflamável e cancerígeno

  • Eduardo Dias
  • 17 jan 2018, 15:10
Amianto: Viana do Castelo, a esquadra onde morreram 12 agentes com cancro

Poliuretano é bastante inflamável e apresenta componentes orgânicas voláteis que são cancerígenas, alerta a Quercus

amianto presente nas escolas está a ser substituído por material altamente inflamável e cancerígeno, confirmou a Quercus à TVI24, depois de a notícia ter sido avançada pelo Público.

As placas de cobertura utilizadas para substituir o amianto em vários edifícios públicos pertencem a um conjunto de materiais idêntico ao da Associação que ardeu em Tondela, no sábado, matando nove pessoas.

O material de isolamento utilizado para substituir o amianto nas escolas apresenta um composto derivado do petróleo, o poliuretano, que é altamente inflamável e liberta, com a sua degradação, componentes orgânicas voláteis que são cancerígenas, alertou Carmen Lima, coordenadora da Quercus.

O poliuretano pode ser encontrado em vários produtos do dia-a-dia, como mobílias, esponjas de cozinha, pranchas de surf ou até mesmo preservativos. Em caso de incêndio, o composto liberta gases tóxicos, como ácido clorídrico. 

A responsável avisa ainda que, devido ao poliuretano ser bastante inflamável, existem riscos iminentes, ao contrário do que acontece com o amianto, em que as consequências de exposição surgiam a longo prazo.

As empresas de construção procuram os materiais mais baratos, como é o caso do poliuretano”, diz Carmen Lima, denunciando que a escolha de materiais de substituição do amianto se centra, unicamente, na questão financeira.

Muitas denúncias têm chegado à associação ambientalista sobre o modo como as obras de intervenção são realizadas, "sem controlo e sem empresas certificadas".

A libertação de fibras durante a retirada do amianto torna o processo potencialmente perigoso para trabalhadores e pessoas presentes no local. Na última semana, o agrupamento da Guarda queixou-se de estarem a proceder à remoção de placas com amianto durante o período de aulas dos alunos, referiu a Quercus.

Em 2017, o Governo decidiu remover o amianto dos edifícios públicos até 2020 e estimou em 750 milhões de euros o montante necessário para fazer esse trabalho. A operação abrange mais de 4.200 imóveis.

A TVI24 contactou o Ministério de Educação que, até ao momento, não prestou qualquer esclarecimento.

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