Mãe e filho acusam GNR de agressão em operação STOP - TVI

Mãe e filho acusam GNR de agressão em operação STOP

GNR

Família alega que militares tentaram coagi-los a admitir uma falsidade

Uma mulher e o seu filho formalizaram no Ministério Público (MP) uma queixa contra militares da GNR de Canedo, Santa Maria da Feira, que acusam de abuso de autoridade, coação e agressão, revelou a advogada dos queixosos, nesta quinta-feira.

Informada do essencial da acusação, fonte do Comando-Geral da GNR disse à Lusa que a hierarquia da corporação vai averiguar o que se passou, a fim de tomar as medidas que a situação exigir.

Adiantou, no entanto, que «a instituição Guarda Nacional Republicana não se revê nos comportamentos descritos pelos cidadãos», exortando-os a avançarem com uma participação dos factos na própria GNR, na PSP ou mesmo na Inspeção-Geral da Administração Interna.

Os queixosos preferiram levar o assunto ao MP de Santa Maria da Feira e, segundo a advogada, citada pela Lusa, a queixa entrou naqueles serviços na quarta-feira.

O teor do documento centra-se em episódios da tarde de 7 de maio, na sequência de uma ordem de paragem dada a Maria de Fátima Oliveira e ao seu filho José Ricardo, que seguiam numa viatura de transporte de sucata.

José Ricardo, que tinha sido anteriormente detetado a conduzir sem carta, afiança que, desta feita, ocupava o lugar do passageiro, sendo a viatura conduzida pela mãe, mas os militares da GNR tê-los-ão coagido a admitir o contrário.

A recusa de ambos em ceder à «forte tortura psicológica» dos militares e um pedido de Maria de Fátima para que os agentes se identificassem terão gerado o grosso dos atos violentos que José Ricardo relata e que a participação ao MP corrobora e detalha.

Os queixosos referem, por exemplo, que um dos agentes atirou José Ricardo contra a porta do carro-patrulha, «com tal violência que a porta ficou amolgada», desferindo-lhe dois murros e puxando-lhe o cabelo.

A mãe, assinala a queixa, tentou socorrer o filho, «mas, mal se aproximou, o agente mandou-lhe um murro na testa, desequilibrando-a».

Ao ser algemada, Maria de Fátima, que diz ter problemas cardíacos e na coluna, terá sido atirada para uma vala enlameada, numa altura em que chovia intensamente.

José Ricardo terá sido igualmente algemado pelos agentes, sendo antes agredido a murro, nas costas, e agarrado pelo pescoço, acusam os queixosos.

Maria de Fátima e o filho, que descrevem várias lesões alegadamente provocadas pelos militares, foram levados para o posto da GNR de Canedo, mas, como não confirmaram «algo que não ocorreu», foram libertados no local e tiveram de percorrer a pé, sob chuva intensa, os cerca de dois quilómetros que os separavam da sua viatura.

«No meio de tudo isto, o que me indigna é como puderam bater numa mulher doente e em mim, sem a gente lhes fazer mal nenhum», observa José Ricardo.

Não foi possível confirmar em tempo útil uma informação segundo a qual os militares associados ao caso se terão antecipado à queixa no MP, avançando com uma participação criminal contra os dois cidadãos.
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