A decisão do juiz de Instrução, Carlos Alexandre, de levar a julgamento os arguidos do processo vistos gold, prevista para sexta-feira, foi novamente adiada devido à necessidade de traduzir um documento para mandarim, disse à agência Lusa fonte judicial.
A mesma fonte do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) adiantou que ainda não está marcada a nova data da decisão instrutória.
A decisão instrutória esteve inicialmente prevista para 8 de abril, tendo sido adiada para 22, voltando a ser desmarcada em consequência da tradução para mandarim.
Neste processo foram acusadas 17 pessoas, incluindo o antigo presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo, o ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, o ex-diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos, a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes, e alguns empresários chineses.
No debate instrutório efetuado a 15 de março, o Ministério Público defendeu a ida a julgamento de todos os 17 arguidos do processo, num caso em que se considerou terem sido comercializados "os alicerces do aparelho de Estado".
“Não são as armas de fogo e as especiarias que se mercadejaram aqui. O que se mercadejou aqui são os alicerces do aparelho de Estado ao mais alto nível”, considerou a procuradora Susana Figueiredo, pedindo a ida a julgamento de todos os arguidos.
A "Operação Labirinto", que envolveu várias buscas e 11 detenções, em novembro de 2014, está relacionada com a aquisição de vistos 'gold' e investiga indícios de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência.