Renato Seabra: juiz critica «padrões» do processo - TVI

Renato Seabra: juiz critica «padrões» do processo

Renato Seabra em tribunal [RICARDO DURÃES/LUSA]

Charles Solomon mostrou desagrado quanto à falta de uma data para início do julgamento

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O julgamento de Renato Seabra, acusado do homicídio do colunista Carlos Castro em Nova Iorque, continua sem data de início e, criticou o juiz Charles Solomon, está «muito atrás dos padrões e objetivos do tribunal».

Em nova audiência do caso no Tribunal de Nova Iorque, nesta sexta-feira, a procuradora Maxine Rosenthal voltou a alegar ter dois outros casos em mãos ¿ um homicídio e outro de violação ¿ com precedência sobre o de Renato Seabra, para escusar-se a avançar com a marcação da data de início do julgamento, conforme estava previsto.

Após a exposição da procuradora e vários alertas do juiz, Solomon acabou por marcar para 4 de junho nova sessão em que deverá ser agendado o início do julgamento determinando que, se entretanto algum dos outros dois casos não chegar a julgamento, a procuradora deve notificar o tribunal e a defesa de imediato.

«Não posso, nesta fase, forçá-la a estar preparada», disse o juiz, perante a insistência do advogado de defesa, David Touger, que afirma há meses estar preparado para o julgamento.

O juiz adiantou que quer que o julgamento arranque pouco depois» da próxima audiência, mas é possível que a procuradora volte a alegar falta de tempo para se preparar convenientemente.

Com as férias judiciais, normalmente em agosto, a aproximarem-se, aumenta o risco de que o julgamento só tenha lugar no Outono, quase dois anos depois dos factos.

Em anteriores audiências do caso, o juiz Solomon tinha apontado abril ou maio como horizonte para arranque do julgamento.

Uma das tarefas em mãos, depois das audiências sobre os materiais de prova, será a seleção do júri de 12 pessoas, de entre um lote de 160, por comum acordo entre os dois advogados e o juiz, processo que poderá demorar até uma semana.

O julgamento deverá durar entre 2 e 3 semanas, um período que o advogado de defesa considera longo, para o que é habitual.

A defesa sustenta que o jovem deve ser considerado «não culpado por razões de doença ou distúrbio mental» e mostra-se confiante que esta tese vai prevalecer perante um júri, quando o julgamento arrancar, escudando-se em relatórios psiquiátricos.

Seabra está acusado de homicídio em segundo grau pela procuradoria de Nova Iorque. O caso remonta a 7 de janeiro de 2011, quando Carlos Castro, de 65 anos, foi encontrado morto, nu e com sinais de agressões violentas e mutilação nos órgãos genitais no quarto de hotel que partilhara com Renato Seabra em Manhattan.

O jovem continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica. Segundo uma fonte ligada ao processo, o jovem português foi recentemente transferido de uma camarata para uma cela individual, dado o longo período, cerca de um ano, que já leva na prisão.s
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