Carne cancerígena: o problema não é comer um bife - TVI

Carne cancerígena: o problema não é comer um bife

Direção-Geral da Saúde reage à classificação alarmante da Organização Mundial de Saúde e diz que o consumo de carne processada não é problemático, desde que seja moderado. Saiba as quantidades e os alimentos que devem acompanhar as refeições

Nem oito nem oitenta. A Direção-Geral da Saúde considera que o consumo de carne processada não é problemático, desde que seja moderado e em refeições com alimentos protetores, como as frutas e hortícolas. A DGS reage assim à classificação da Organização Mundial de Saúde, que considerou o bacon, as salsichas ou o presunto, por exemplo,  cancerígenos para os seres humanos.

O diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, Pedro Graça, sublinha que a "novidade" do alerta da OMS é "o grau de reforço", uma vez que reitera o que há alguns anos os especialistas têm dito: a relação entre o consumo de carne processada e o risco para o aparecimento de cancros, nomeadamente o cancro colon-retal, mas também o da próstata e do pâncreas.

“Não é um bife de vaca que, apesar de dever ser consumido de forma moderada, vai provocar o cancro. Agora, o seu consumo deve manter-se ou ser reduzido para até 500 gramas por semana, o que equivale a quatro ou cinco refeições de carne por semana”


Segundo Pedro Graça, “a alimentação inadequada é dos fatores que mais rouba anos de vida às pessoas, nomeadamente aos portugueses”. "Continuamos a comer mais ou menos a mesma coisa, apesar dos alertas”, lamentou.

Na TVI24, esta segunda-feira, a especialista em medicina biológica e anti-envelhecimento Alexandra Vasconcelos, também sinalizou que "o risco é uma realidade", mas não é preciso dramatizar, embora haja recomendações a ter em conta.

"O que a OMS diz não tem a ver com o valor nutricional da carne vermelha. Diz, sim, que os métodos de confecção a altas temperaturas são produzidos compostos cancerígenos (...) que vão danificar o nosso DNA", começou por explicar.

"Desde há muitos anos se sabe que a gordura da carne através dos fumos [criam o problema]. Obviamente não podemos exagerar, nem dramatizar demasiado, porque esta componente cancerígena tem a ver com a quantidade que ingerimos" 


Na prática, a forma como cozinhamos é determinante. O conselho é fazê-lo a temperaturas cada vez mais baixas, como assar carne no forno apenas até 150º, evitar os fritos e os churrascos. Isso reduz o risco de cancro.

E as carnes brancas, como o frango e o perú? Aquela que é industrializada tem algum risco de transformação, embora não tanto como as carnes vermelhas. 

Seja como for, há fontes alternativas de proteínas que são mais saudáveis, como os vegetais e o peixe, desde que diversificados. O que importa é ter conta, peso e medida na alimentação, sem extremismos.


 
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