Surto de leptospirose explica mistério das vacas mortas - TVI

Surto de leptospirose explica mistério das vacas mortas

Ministério da Agricultura garante que nenhum animal contaminado entra no circuito comercial

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Um surto de leptospirose já matou mais de 700 vacas no Alto Alentejo. De acordo com fonte oficial do Ministério da Agricultura, em declarações ao IOLPortugalDiário, as primeiras análises apontam para esta doença.

Segundo a mesma fonte, «o problema está localizado» em algumas explorações, acrescentando que «nenhum animal contaminado entrará no circuito comercial».

Veja alguns depoimentos em vídeo

A leptospirose é uma bactéria mortal transmissível em meios aquosos e que penetra na pele dos animais e nos humanos.

De acordo com o sub-director geral de Saúde, Fernando Bernardo, em declarações à RTP, o «problema está focalizdo nas explorações que não têm os animais vacinados».

O mesmo responsável acrescentou que em Dezembro o número de animais mortos foi mais elevado do que em Janeiro.

O Ministério da Agricultura vai divulgar esta quinta-feira um comunicado sobre o problema que está atingir várias explorações alentejanas.

O veterinário responsável pelo Agrupamento de Defesa Sanitária de Portalegre (ADS) afastou esta quinta-feira qualquer «perigo para a saúde pública» devido à morte de dezenas de bovinos na região e revelou que os serviços reúnem quinta-feira para discutir o problema, noticia a Lusa.

«Não há perigo para a saúde pública. É uma doença exclusivamente do foro animal», afiançou José Cachapa.

Para quinta-feira à tarde está marcada uma reunião, que vai contar com a presença de elementos da Direcção-Geral de Veterinária e do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV).

«Vamos juntar os veterinários que fazem serviço naquela zona, quem tem conhecimento mais pormenorizado da situação e alguém do LNIV para fazermos uma bateria de análises e saber, de uma forma conclusiva e documentada, qual é a situação», disse o responsável, que não quis explicar onde é que o encontro vai ter lugar.

O responsável da ADS de Portalegre explicou que a morte de bovinos tem acontecido «em explorações agrícolas na zona norte do distrito de Portalegre», em concelhos como Nisa, Castelo de Vide e Crato.

Sem ter ainda certezas quanto às causas da mortandade, José Cachapa admitiu, contudo, que esta possa estar ligada à «má qualidade das pastagens» naquela área, encontrando-se os animais debilitados.

Esta situação, segundo o veterinário, pode ter também sido aproveitada por bactérias, como a que causa a leptospirose ou a que provoca a febre da carraça.

«A leptospirose pode ser um dos agentes, mas isso não nos diz que, no geral dos efectivos pecuários afectados, se verifique essa doença. Esses agentes, tal como os da febre da carraça, são bactérias oportunistas, esperando uma debilidade para poderem actuar», afirmou.

O responsável da ADS sublinhou que, «quando o animal está fisicamente em baixo», devido à «qualidade das pastagens que não é das melhores», todas estas situações «actuam e matam».
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