Professores: contagem do tempo de serviço terá um "ritmo" de acordo com "os meios" - TVI

Professores: contagem do tempo de serviço terá um "ritmo" de acordo com "os meios"

  • SS - atualizada às 11:15
  • 3 dez 2017, 10:54

O ministro da Educação disse que diálogo sobre a contagem do tempo de serviço em que as carreiras estiveram congeladas terá que ter em conta um certo "ritmo" e “os meios que existem no país em termos orçamentais e financeiros”. O governante admitiu ainda sanções mais pesadas para acabar com o "reality show" do futebol

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, admitiu que as negociações com os professores vão ser longas e complexas. Em entrevista à TSF e ao DN, o ministro disse que a contagem do tempo em que as carreiras dos docentes estiveram congeladas "é uma questão nova e complexa" e deixou um aviso: “os cofres públicos não são ilimitados”. Na mesma entrevista, o governante que também tutela o desporto, admitiu a aplicação de sanções mais pesadas para acabar com o "reality show" que se vive no futebol.

Tiago Brandão Rodrigues garante que o Executivo socialista vai para as negociações com os sindicatos de professores, que são retomadas a 15 de dezembro, “de boa fé”, mas reconheceu que o diálogo sobre a contagem do tempo de serviço em que as carreiras estiveram congeladas terá que ter em conta por um lado um certo "ritmo" e, por outro lado, “os meios que existem no país em termos orçamentais e financeiros”.

Até porque, sublinhou, não se pode pôr em risco o que já foi conseguido: "descongelar as carreiras.”

Sabemos que será um período longo de negociação, mas sabemos que nós, como as organizações sindicais, entraremos nessas reuniões de boa fé. Agora temos de conciliar, em todas as decisões e todo o caminho que nós fizermos, duas coisas: por um lado um ritmo, por outro lado os meios que existem no país em termos orçamentais e em termos financeiros, não pondo em risco algo que todos, inclusivamente os professores, conseguimos que foi descongelar as carreiras.”

De resto, o ministro foi claro no aviso: “Os cofres públicos não são ilimitados, não são absolutamente elásticos e maleáveis e nesse sentido temos que tomar opções.”

Em meados de novembro, o Governo e os sindicatos chegaram a uma "declaração compromisso" que permite agora em dezembro continuar as negociações, sem comprometer nenhuma reivindicação dos professores.

O compromisso prevê a recuperação do tempo de serviço dos professores e o início da reposição salarial ainda na presente legislatura, prevendo-se, segundo o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, “que o encerramento desta recuperação seja na legislatura seguinte, até para não ser um prazo muito largo”.

Deixar por escrito uma formulação que “não beliscasse” um dia que fosse do tempo de serviço congelado aos professores foi a grande dificuldade dos sindicatos, que não abdicam da contagem dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo congelado, tendo a proposta do Governo, segundo o líder da Fenprof, chegado a sugerir que a contagem não chegasse sequer a abranger os sete anos de serviço desde 2011, ficando abaixo disso.

 

Ministro admite sanções mais pesadas para acabar com reality show do futebol

Também nesta entrevista, Tiago Brandão Rodrigues, que também tutela o desporto, falou sobre o atual clima de crispação que se vive no futebol. O ministro mostrou-se preocupado com aquilo que considerou ser um "reality show".

Basicamente há algo de que não nos podemos esquecer: o futebol é um espetáculo, agora, o futebol não pode ser, nunca pode ser, um reality show. Nós sabemos as vicissitudes que tem o futebol e este é um problema transnacional."

"O futebol é uma festa, o futebol é o desporto rei em Portugal, por tudo aquilo que nos provoca, por tudo aquilo que nos tem dado, a apologia do ódio não pode de todo dominar o futebol", sublinhou.

Por isso, o ministro admitiu que a aplicação de sanções mais pesadas para quem fomenta esse "reality show".

Esperamos todos que não haja necessidade de haver nenhum tipo de novo enquadramento penalizador. Se o mundo do futebol, a sociedade civil, entre todos entendermos que essa é a única forma para lá avançaremos, mas o caminho tem de se fazer entendendo que temos de ser profiláticos e não chegar a esse momento."

 

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