«Arrependido» conta tudo sobre o «gangue das picaretas» - TVI

«Arrependido» conta tudo sobre o «gangue das picaretas»

Assalto

Arguido confessa participação em assalto a carrinha de valores no IP4

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Um dos sete arguidos do denominado «gangue das picaretas» confessou esta segunda-feira, no Tribunal de Guimarães, a sua participação numa tentativa falhada de assalto a uma carrinha de valores no IP4, próximo de Amarante.

Filipe Teixeira, que se colocou na condição de «arrependido», contou o modo como o gangue terá preparado a tentativa de roubo, ocorrida a 4 Junho de 2007, no Itinerário Principal nº 4 (IP4), na ligação de Amarante a Vila Real, quase a chegar a Mesão Frio.

O gangue está a ser julgado por 58 crimes, que vão de associação criminosa, roubo agravado, furto, posse ilegal de armas e substâncias explosivas a incêndio, falsificação de documentos, receptação e coacção sobre elementos da Polícia Judiciária (PJ).

Dos sete alegados membros do gangue, apenas dois, os arguidos Filipe Teixeira e António Magalhães quiseram prestar declarações, tendo os restantes declinado essa possibilidade, «de momento».

O relato da emboscada a carrinha de valores

No seu depoimento, Filipe Teixeira disse que entrou no grupo em Maio de 2007, e revelou que no assalto do IP4 foram utilizados três carros (BMW, Audi A4 e Volkswagen Polo) roubados, anteriormente, pelo sistema de «carjacking», para fazer a emboscada a uma carrinha da Esegur.

O arguido «atirou as culpas» dos restantes assaltos para cinco dos outros sete arguidos, afirmando que não participou neles.

Foi, por isso, interrogado pelo Tribunal e pelos diferentes advogados, que quiseram saber como é que o arguido, que diz não ter participado em nenhum dos outros crimes, sabia da sua ocorrência.

Face às diferentes questões colocadas Filipe Teixeira disse ao Colectivo do Tribunal que «ouviu dizer» e lhe «contaram». Teixeira contou que o crime no IP4 foi cometido por volta das 6h20 horas da manhã, e que tudo tinha sido tudo planeado ao milímetro, com os carros a virem de diferentes sentidos, tendo em vista encurralar a viatura, que transportava 558 mil euros em notas.

Disse que, com a carrinha já imobilizada em virtude de intercepção levada a cabo com os veículos em que se faziam transportar, o grupo desatou a disparar e a fazer uso de picaretas e marretas para partir os vidros à prova de bala e intimidar os dois tripulantes.

Estes, porém, conseguiram accionar o sistema de pânico e bloquear a viatura. Não se livraram, porém, de ficar feridos, após a violenta agressão de que foram alvo. Um deles chegou a ficar inconsciente, após ter levado na cabeça uma coronhada de caçadeira. Frustrado o assalto, o grupo abandonou o local no BMW.

No final do seu depoimento, o Tribunal, que havia decidido que os restantes arguidos não poderiam ouvir o que Filipe Teixeira iria dizer, chamou-os à sala e fez-lhes um resumo das declarações prestadas.

O julgamento prossegue dia 10 de Novembro, com a audição do arguido António Magalhães que começou a prestar declarações, no mesmo sentido das de Filipe Teixeira.

O «gangue das picaretas» era alegadamente constituído por sete homens - chegaram também a ser constituídas arguidas duas mulheres, mas entretanto o processo quanto a estas foi arquivado - os quais através de emboscada e recurso a armas de fogo, picaretas e carros de alta cilindrada, terão assaltado diversas carrinhas de valores, em 2006 e 2007, tendo sido subtraídos várias centenas de milhares de euros.
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