Quercus contra fim de transporte nocturno em Lisboa - TVI

Quercus contra fim de transporte nocturno em Lisboa

Greve na carris

Ambientalistas dizem que vai diminuir a qualidade de vida na capital

A Quercus manifestou-se esta segunda-feira contra a eventual supressão de transportes nocturnos em Lisboa por considerar que vai diminuir a qualidade de vida e do ambiente na capital ao incentivar o uso do automóvel, noticia a Lusa.

A associação ambientalista referia-se à possibilidade do encerramento do Metropolitano de Lisboa mais cedo à noite, «nomeadamente a Linha Azul, entre o Colégio Militar e a Amadora e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e Odivelas, neste caso podendo mesmo ser efectuado às 21:00», e da supressão das carreiras nocturnas de autocarros e redução de carreiras.

«Estas medidas constituem um claro incentivo à utilização do transporte privado, com todas as consequências ambientais negativas associadas - poluição atmosférica, sonora, degradação do espaço público, redução da eficiência energética e aumento dos problemas associados à mobilidade, para além da nítida diminuição da qualidade de vida da população», adianta a Quercus numa nota, considerando que as medidas «terão graves implicações na qualidade de vida de milhares de pessoas e no ambiente, na região de Lisboa».

A Quercus vê estas possíveis medidas «como um retrocesso na política metropolitana de transportes, especialmente quando já haviam sido anunciadas medidas de reforço do serviço nocturno da Transtejo/Soflusa, Carris e CP, em iniciativa do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Ministério da Administração Interna e Câmara Municipal de Lisboa, com vista a proporcionar uma melhor solução de mobilidade em horários nocturnos carenciados».

Os ambientalistas consideram que as autarquias atingidas pelas medidas que o Governo poderá tomar, em função das sugestões do grupo de trabalho que está a estudar a reforma nos transportes, devem ser ouvidas.

Além disso, salientam que «de um ponto de vista económico, a supressão de uma larga maioria dos transportes nocturnos em Lisboa vai contra todo o bom senso numa cidade que se pretende faça parte do turismo de excelência» no continente europeu.

«Os efeitos negativos globais ao nível económico podem ultrapassar largamente os efeitos de poupança imediata que estas medidas pretendem alcançar», consideram, destacando que a supressão e o aumento do preço dos transportes «vai contra o que a Quercus tem vindo a defender, nomeadamente uma política eficaz de mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa, que privilegie os transportes colectivos e o direito à mobilidade dos cidadãos».
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