O referendo não deixou margem para dúvidas, mas o conselho de veteranos ignorou-o: 70,7% dos 5638 alunos que votaram decidiu acabar com a garraiada na Queima das Fitas de Coimbra. A decisão de manter o evento tauromáquico por 27 membros daquele conselho é criticada por ex-estudantes que assumiram cargos de relevo na academia, numa carta aberta em que exigem "respeito" pelo referendo.
Com 118 assinaturas, muitas de ex-dirigentes estudantis e de ex-elementos de órgãos de gestão de diversas faculdades, esta carta foi escrita, dizem, em nome da "preservação da tradição democrática" da UC.
A TVI24 teve acesso à missiva, que faz três pedidos, sublinhando desde logo que "qualquer evento tauromáquico, não só vai contra qualquer direito bioético, como se trata de uma violação atroz dos direitos dos animais".
O primeiro pedido é que o conselho de veteranos "respeite o resultado do referendo que convocou e reconheça o seu resultado como vinculativo".
Depois, estes estudantes apelam a que sejam tomadas "todas as ações legalmente aceites para um distanciamento e uma isenção totais da Academia Coimbrã" da garraiada, "como seja a utilização do nome ou de recursos da Universidade e da Associação Académica de Coimbra".
Os ex-estudantes pedem ainda às autarquias de Coimbra e da Figueira da Foz "que não compactuem com este ataque a uma decisão democrática, negando qualquer colaboração institucional com a realização deste eventual acontecimento tauromáquico".
Ontem, o presidente da direção-geral da AAC afirmou que "a decisão, a confirmar-se, é surreal", garantindo que vai levar "a decisão democrática dos estudantes até às últimas consequências".
Se os estudantes decidiram que não há garraiada, não há garraiada".
Alexandra Amado pretende reunir com o dux "para perceber o que se passou".