Está infeliz? Casar pode ser a solução - TVI

Está infeliz? Casar pode ser a solução

Casamento (REUTERS/Bjorn Larsson Rosvall/Scanpix)

Que o casamento traz felicidade sempre se ouviu dizer, mas um novo estudo vem comprovar que quem casa tem mais facilidade em ultrapassar situações de stress

 
Um novo estudo conclui que as pessoas casadas são mais felizes do que as solteiras. A investigação baseada em três inquéritos, publicada pelo the National Bureau of Economic Research em Dezembro do ano passado e revelada na última semana, explica que quem fica solteiro tem tendência viver menos satisfeito, principalmente em períodos de stress, como a crise de meia-idade.

As ciências sociais já tinham concluído que a vida conjugal é um motivo de felicidade. A dúvida era se as pessoas se tornavam mais felizes após o casamento ou se o casamento era uma decisão tomada por pessoas felizes. O novo estudo controlou os níveis de felicidade de casais antes do casamento e depois do compromisso e concluiu que o casamento torna as pessoas mais felizes e satisfeitas com as suas vidas. 

De acordo com  John Helliwell, da Vancouver School of Economics, e Shawn Grover do Canadian Department Finance, os economistas que elaboraram o estudo, as pessoas com uma vida mais difícil beneficiam mais do casamento.

 «O casamento pode ser mais importante quando existe mais stress e as coisas correm mal», explicou Grover.


John Helliwell e Shawn Grover concluíram que depois de casar as pessoas são mais felizes em quase todo o mundo, à exceção da América Latina, Ásia do Sul e África Subsariana. No entanto, um quarto dos jovens de hoje não vai «dar o nó» até 2030.

A felicidade conjugal excede o período de lua de mel. Alguns cientistas sociais defendem que os níveis de felicidade são inatos e que as pessoas, após acontecimentos positivos ou perturbadores, tendem a voltar ao seu estado natural. Ainda assim, investigadores apuraram que os benefícios em casar permanecem e o papel da amizade no casamento pode ser um dos fatores que o explicam.

Casais com uma relação muito próxima beneficiam mais dos efeitos positivos do casamento. Quando o cônjuge é considerado o melhor amigo, o nível de satisfação perante a vida pode ser duas vezes maior, conclui o estudo. As mulheres beneficiam mais de ser casadas com o melhor amigo, embora a tendência para considerar o marido como tal seja menor.

«Talvez o que realmente é importante é a amizade, e nunca esquecer a dinâmica do dia-a-dia», afirmou Helliwell.


Nas últimas décadas, o casamento sofreu algumas alterações. O vencedor do prémio Nobel da Economia Gary Becker explicou que, no passado, a mulher via o marido como a pessoa que ganhava dinheiro, e o homem via a mulher como alguém que geria a casa e tratava das tarefas domésticas.

Atualmente, ambos os sexos têm um papel similar no casamento. Por consequência, os membros do casal são mais confidentes, especialmente quando a estabilidade económica está assegurada, como têm discutido os economistas Betsey Stevenson e Justin Wolfers.
 
É no período de meia-idade que os benefícios do companheirismo são mais sentidos, uma vez que é nesta altura que a profissão e a família provocam um maior número de momentos de tensão.

«Os maiores benefícios surgem em ambientes de tensão, e as pessoas que são casadas podem lidar com o stress da meia-idade melhor do que aquelas que não o são porque partilham os problemas e a amizade», explicou Helliwell.



 
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