O maior processo de corrupção na justiça portuguesa, o processo Lex, chegou a admitir que o juiz Rui Rangel tivesse sido corrompido para favorecer o milionário angolano Álvaro Sobrinho.
Este era um dos temas quentes do inquérito Lex, mas esfriou por falta de provas. O susposto favorecimento do juiz Rui Rangel ao antigo presidente do Bes Angola não vai constar da acusação.
O caso motivou uma guerra entre juízes em 2015. Primeiro, o magistrado Carlos Alexandre decretou o arresto de 30 imóveis do ex-banqueiro, avaliados em 80 mihões de euros. Depois, o juiz desembargador Rangel anulou a decisão.
Sobrinho era investigado por branqueamento de capitais.
O inquérito Lex chegou a admitir que o desembargador tivesse sido corrompido para decidir a favor de Sobrinho. O elo de ligação seria João Rodrigues, ex-presidente da Federação Portuguesa de futebol, advogado de Sobrinho e homem próximo de Rangel.
As escutas do processo Lex indiciavam que Rangel teria até pedido a João Rodrigues que arranjasse emprego para a namorada, Bruna Garcia do Amaral.
Os escritórios de Álvaro Sobrinho em Lisboa chegaram a ser alvo de buscas no processo Lex, mas o caso Sobrinho fica fora da acusação.