Continuam as filas de turistas no Castelo de S. Jorge; petição pede à câmara o seu encerramento - TVI

Continuam as filas de turistas no Castelo de S. Jorge; petição pede à câmara o seu encerramento

  • RL
  • 15 mar 2020, 14:00

Petição pede do encerramento do Castelo de São Jorge, que é o monumento nacional mais visitado do país

Apesar das recomendações do Governo para o isolamento social como medida de prevenção para fazer face à pandemia de Covid-19, os movimentos de turistas na cidade de Lisboa continuam. No Castelo se São Jorge, por exemplo, imagens registadas este domingo que chegaram à TVI mostram longas filas de turistas naquele que é o monumento nacional mais visitado do país.

 

Uma petição ‘online’ já pediu à Câmara Municipal de Lisboa que encerre ao público o Castelo de São Jorge, uma vez que sendo o monumento nacional mais visitado do país, aumenta o risco de contágio do vírus da Covid-19.

Não é de todo compreensível que, quando a maioria dos monumentos e museus da cidade de Lisboa são encerrados para garantir a segurança dos seus funcionários e visitantes, o Castelo de S. Jorge seja a grande exceção”, pode ler-se no texto da petição, que contava pelas 17:30 de hoje cerca de 500 assinaturas.

Os peticionários sublinham que já foram canceladas todas as atividades dentro do Castelo, pelo que “não se compreende a insistência em manter o equipamento em funcionamento”.

“É injusto que se deixe apenas o Castelo de São Jorge a funcionar para salvaguardar o impacto económico”, lê-se no texto, alertando para o facto de a maioria dos visitantes chegar do estrangeiro, “o que aumenta em muito o risco de contágio para os mesmos e para os funcionários”.

O encerramento do Castelo de São Jorge é igualmente defendido pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que, em comunicado, pede uma decisão idêntica àquela que a autarquia teve para com os restantes equipamentos culturais.

Os trabalhadores do Castelo de São Jorge não podem ficar reféns da lógica meramente economicista, que aparentemente justifica a manutenção do seu funcionamento. Não podem ser desconsiderados, ao ponto de se ignorar os riscos potenciais associados à pandemia do Covid-19”, alerta.

Este sindicato ressalva que “apesar de nos últimos dias se ter verificado uma redução significativa no turismo da cidade, o Castelo de São Jorge continua a receber muitos turistas oriundos de todas as partes do mundo”.

A gestão do Castelo de São Jorge é da responsabilidade da empresa municipal EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural).

A agência Lusa contactou a Câmara Municipal de Lisboa, que remeteu eventuais esclarecimentos para mais tarde.

Na terça-feira, a Câmara de Lisboa anunciou um conjunto de “medidas temporárias para reduzir riscos de exposição e contágio” do vírus da Covid-19, nomeadamente o encerramento dos museus, galerias e bibliotecas municipais, assim como dos teatros municipais (São Luiz, LuCa e Teatro do Bairro Alto), do Padrão dos Descobrimentos e do Cinema São Jorge.

Museus nacionais de Arte Antiga, dos Coches e do Azulejo encerrados

 Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, encerrou "para prevenção e salvaguarda da saúde pública", no contexto de combate à pandemia da Covid-19, anunciou a instituição, nas suas páginas oficiais, no Facebook e Instagram.

O Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real e o Museu Nacional do Azulejo, também em Lisboa, que historicamente, com o MNAA, lideram a lista dos museus nacionais com mais visitantes, estão igualmente encerrados, segundo informação publicada pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

O Museu Nacional de Arte Antiga estará encerrado ao público a partir de 15 de março, para prevenção e salvaguarda da saúde pública, na sequência das orientações da Direção-Geral do Património Cultural", lê-se no comunicado publicado pelo museu, cerca das 12:42 de hoje, nas páginas oficiais da instituição, nas redes sociais.

O Panteão Nacional, o Palácio Nacional de Mafra, o Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real, assim como o Museu Nacional do Azulejo e a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa, e o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, são outros dos 16 museus, palácios e monumentos nacionais, na dependência da DGPC, encerrados desde sexta-feira, segundo a lista publicada no 'site' deste organismo.

A DGPC, para "garantir as recomendações" da Direção-Geral da Saúde (DGS) "relativas à concentração de pessoas", devido ao surto de Covid-19, tem vindo a anunciar, desde sexta-feira, o encerramento de museus, palácios e monumentos nacionais, por si tutelados, tendo iniciado o processo com o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém e o Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.

A lista de instituições encerradas por causa de controlo da pandemia, alargou-se, no sábado, aos mosteiros da Batalha e de Alcobaça, ao Convento de Cristo, em Tomar, ao Palácio Nacional da Ajuda e aos museus nacionais da Música e de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, todos em Lisboa, assim como ao Museu Monográfico de Conímbriga - Museu Nacional, no concelho de Condeixa-a-Velha, no distrito de Coimbra.

O Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, anunciou na passada segunda-feira, dia 09, o seu encerramento temporário, no âmbito das obras de manutenção nos espaços de exposição, que têm vindo a decorrer desde setembro, como se pode ler na sua página no Facebook.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassou as 143 mil pessoas, com casos registados em mais de 135 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 169 casos confirmados.

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