O caso remonta a dezembro de 2013, mas os arguidos apenas foram detidos em outubro de 2014 e o julgamento começou hoje no Tribunal de Vila Real. A julgamento foram chamados quatro homens, entre os 20 e os 33 anos, pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O Ministério Público acusa dois arguidos, Emanuel Brito e Johnny Carvalho, de terem violado Catarina Rodrigues, na altura com 23 anos, e de lhe extorquirem dinheiro que ela alegadamente ganhava enquanto prostituta.
Para que não fossem denunciados pela jovem, atraíram-na a um local isolado junto à ciclovia existente na marginal do Douro, na cidade de Peso da Régua, e “rodearam-na, impedindo-a de fugir, bateram-lhe à bofetada, a soco e a pontapé e derrubaram-na ao solo”, cita a Lusa.
Depois disto, um dos suspeitos “apertou-lhe o pescoço e outro esfaqueou-a, tirando-lhe a vida” e, de seguida, abriram com uma sachola um buraco nas imediações e de nele enterraram o corpo da vítima, descoberto apenas em outubro de 2014".
Durante a manhã, o primeiro arguido que prestou declarações, Emanuel Brito, assumiu ter planeado o encontro com Catarina Rodrigues, para a assustar por ela andar a dizer "mentiras" a seu respeito.
Durante a tarde, o segundo arguido, Johnny Carvalho, confessou as agressões à jovem e ter-lhe apertado o pescoço, mas afirmou que, quando a largou, esta ainda "soluçava". Disse ainda que bebeu muito álcool nesse dia e fumou uns charros, pelo que “estava fora” da sua cabeça.
O terceiro suspeito, Frederico Teixeira, assumiu ter mandado as mensagens por telemóvel à jovem a marcar um encontro num café, tendo-a levado posteriormente para a zona da ciclovia.
Aí referiu ter assistido enquanto os outros arguidos discutiam e agrediam a vítima e, depois do Johnny ter largado a jovem, confessou ter tirado uma navalha do bolso e desferido dois golpes no pescoço de Catarina Rodrigues.
“Deu-me a paranoia”
O corpo foi enterrado pelos três homens num buraco escavado metros à frente, numa zona de mato.
Durante o primeiro interrogatório à juíza de instrução, Frederico tentou incriminar o quarto arguido Álvaro Brito, colocando-o no local do crime, mas hoje disse ao juiz presidente que este não estava lá naquela noite.
Os restantes arguidos também afirmaram que Álvaro Brito não esteve presente durante os factos.
O julgamento prossegue a 15 de setembro no Tribunal de Vila Real.