Ex-funcionária da CGD condenada a pena suspensa por desvio de dinheiro - TVI

Ex-funcionária da CGD condenada a pena suspensa por desvio de dinheiro

  • SL
  • 9 jul 2019, 15:36
Caixa Geral de Depósitos teve lucros de quase 500 milhões de euros em 2018

Arguida terá desviado 54 mil euros de contas de clientes

O Tribunal de Coimbra condenou, esta terça-feira, uma ex-funcionária da Caixa Geral de Depósitos da Figueira da Foz a uma pena suspensa de quatro anos e três meses de prisão por desvio de 54 mil euros de contas de clientes.

A arguida, que trabalhou como administrativa na Caixa Geral de Depósitos (CGD) na Figueira da Foz até 2013 (altura em que rescindiu contrato), era acusada pelo Ministério Público de desviar e utilizar em benefício próprio 54 mil euros de contas de clientes, entre os quais do ex-marido, ex-sogros, companheira do ex-marido e tias.

O Tribunal de Coimbra deu como provados os factos constantes da acusação - a arguida fez uma confissão integral durante o julgamento -, que, no entender do coletivo de juízes, consubstanciam a prática dos quatro crimes de que era acusada: falsificação informática agravada, peculato, falsificação de documento e branqueamento.

O juiz que presidiu ao coletivo notou que estes crimes "são punidos de forma severa", porém, na definição do cúmulo jurídico, o Tribunal de Coimbra "não foi insensível ao enquadramento pessoal, profissional e familiar" da arguida.

O juiz salientou que a arguida tem tentado restituir as vítimas e, nesse sentido, decidiu condenar a mulher a uma pena suspensa na sua execução.

O Tribunal de Coimbra decidiu ainda afixar em 25 mil euros o pedido de indemnização por danos não patrimoniais feito pelos ex-sogros, considerando que esses "danos devem ser valorados", uma vez que a arguida "atraiçoou pessoas próximas, avós dos seus filhos".

A indemnização à Caixa Geral de Depósitos será posteriormente fixada pelo Tribunal de Execução de Penas, que irá deduzir o que a arguida já devolveu.

Durante o julgamento, de acordo com o Diário de Coimbra, a antiga funcionária confessou integralmente a acusação do Ministério Público e justificou os atos por não ter "um tostão para dar de comer" aos seus filhos, explicando que foi acumulando um conjunto de dívidas, ainda durante o período em que esteve casada, e acabou por entrar em desespero.

Quero fazer face àquilo que fiz. Posso não comer, mas eu pago", garantiu ao coletivo a arguida, citada pelo Diário de Coimbra.

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