ASAE: perseguição ou coincidência? - TVI

ASAE: perseguição ou coincidência?

ASAE apreende bacalhau estragado

CDS-PP e PCP exigem explicações sobre saída da directora-regional do Norte. Relacionar saída com declarações sobre actuação do organismo é «atentatório ao bom nome» do júri

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O CDS-PP exigiu esta sexta-feira explicações ao ministro da Economia e ao Inspector-Geral sobre a saída da directora da ASAE no Norte, considerando tratar-se de um caso de «perseguição». Também o PCP quer saber porque é que Fátima Araújo foi demitida por ter feito declarações com «bom senso» sobre a actuação da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Hélder Amaral disse ao PortugalDiário ter tido conhecimento que Fátima Araújo não ficou em primeiro lugar no concurso interno que renovaria o seu mandato à frente da direcção-regional da ASAE e considera existir uma «causa-efeito» entre as críticas ao excesso de zelo do organismo e a saída desta responsável.



Governo esclarece substituição de directora da ASAE/Norte

Recorde-se que Fátima Araújo, no passado dia 27 de Maio, criticou algumas inspecções que obrigaram instituições de solidariedade social a deitar comida fora e pediu aos inspectores para serem «suficientemente sábios» para compatibilizar a gastronomia tradicional com segurança alimentar. «Tem algum jeito, numa altura em que se fala de crise mundial de fome, andarmos a deitar fora compotas que eram de instituições de caridade?. Se há tradição de feitura daquelas compotas, se as amorazinhas estavam fresquinhas, se há práticas centenárias, vamos mas é cuidar delas».

Directora da ASAE critica «excesso de zelo»

Em declarações ao PortugalDiário, Hélder Amaral avançou que o CDS-PP vai aproveitar a presença do ministro da Economia, já na próxima quarta-feira, na Comissão de Assuntos Económicos e requereu a presença do inspector-geral da ASAE, António Nunes, assim como a própria Fátima Araújo.

«É um prejuízo para a ASAE» e «temos dúvidas de que não haja aqui uma penalização apenas por ter pedido bom senso aos inspectores para que não destruam bens essenciais que fazem falta a quem menos tem», disse ainda o deputado democrata-cristão. «Não disse mais do que o próprio ministro da Agricultura já disse no Parlamento».

ASAE obriga instituições a deitar comida fora

O parlamentar sublinhou ainda a importância da protecção da gastronomia, ideia patente nas declarações da directora da ASAE. «Estamos a falar de uma pessoa que tem um perspectiva sensata, 34 anos de serviço, e representa - para nós - o lado bom da ASAE, que compreender ser possível defender a higiene e segurança alimentar sem pôr em risco as economias familiares e os produtos regionais».

Para Hélder Amaral ficou o «lado mau, burocrático e enganador» do organismo, acusa o deputado, que reafirma ser impossível pensar que não existe uma «causa-efeito» entre o que Fátima Araújo disse e esta decisão». «Parece que com a ASAE não estão só os produtos regionais em risco: está também quem os defende».
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