Censos 2021: metade do país vive em 31 municípios - TVI

Censos 2021: metade do país vive em 31 municípios

  • Agência Lusa
  • CM
  • 28 jul 2021, 12:26

Área Metropolitana de Lisboa e Algarve são as regiões com mais habitantes

Cerca de 50% da população residente em Portugal concentra-se em 31 dos 308 municípios, segundo os resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nos últimos 10 anos, dos 308 municípios portugueses, 257 registaram decréscimos populacionais e apenas 51 registaram um aumento. Na década anterior tinham assistido a quebras populacionais 198 municípios”, indicou o INE.

Segundo os dados preliminares dos Censos 2021, o padrão de litoralização e o movimento de concentração da população junto da capital portuguesa foram acentuados e reforçados durante a última década.

De acordo com o INE, da análise por município conclui-se que “os territórios localizados no interior do país perdem população” e os municípios que assistiram a um crescimento populacional se situam predominantemente no litoral, “com uma clara concentração em torno da capital do país e na região do Algarve”.

Com base nos dados dos Censos 2021, dos 31 municípios que concentram cerca de 50% da população residente em Portugal, os 10 mais populosos são Lisboa, com 544.851 habitantes, Sintra (385.954), Vila Nova de Gaia (304.149), Porto (231.962), Cascais (214.134), Loures (201.646), Braga (193.333), Almada (177.400), Matosinhos (172.669) e Oeiras (171.802).

Os outros 21 concelhos mais populosos são Amadora (171.719), Seixal (166.693), Gondomar (164.255), Guimarães (156.852), Odivelas (148.156), Coimbra (140.796), Vila Franca de Xira (137.659), Santa Maria da Feira (136.720), Maia (134.959), Vila Nova de Famalicão (133.590), Leiria (128.640), Setúbal (123.684), Barcelos (116.777), Funchal (105.919), Viseu (99.693), Valongo (94.795), Mafra (86.523), Viana do Castelo (85.864), Paredes (84.414), Torres Vedras (83.130) e Vila do Conde (80.921).

A maioria destes 31 concelhos estão localizados nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.

Portugal tem hoje 10.347.892 residentes, menos 214.286 do que em 2011, segundos os resultados preliminares dos Censos 2021.

Em termos censitários, a única década em que se verificou um decréscimo populacional foi entre 1960 e 1970, indicou o INE.

Os dados preliminares mostram que há em Portugal 4.917.794 homens (48%) e 5.430.098 mulheres (52%).

A fase de recolha dos Censos 2021 decorreu entre 5 de abril e 31 de maio e os dados referem-se à data do momento censitário, dia 19 de abril.

Regiões com mais população

O Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa (AML) foram as únicas regiões NUTS II que registaram um crescimento da população desde 2011, respetivamente, 3,7% e 1,7%.

Nas restantes Unidades Territoriais para Fins Estatísticos de nível II (NUTS II), o número populacional diminuiu, com destaque para o Alentejo, que registou a quebra mais expressiva, com -6,9%.

Ao Alentejo seguiu-se a Região Autónoma da Madeira, com uma perda populacional de -6,2%.

A região Centro perdeu -4,3%, a Região Autónoma dos Açores -4,1% e o Norte 2,7%.

Em números absolutos, o Norte tem 3.588.701 habitantes, o Centro 3.588.701, a Área Metropolitana de Lisboa 2.871.133, o Alentejo 704.934 e o Algarve 467.495.

A Região Autónoma dos Açores tem 236.657 residentes e a Região Autónoma da Madeira 251.060.

Odemira vs Barrancos

Odemira, Mafra, Palmela, Alcochete e Vila do Bispo são os cinco municípios que registaram maior crescimento da população na última década, enquanto o maior decréscimo se verificou em Barrancos.

Em termos relativos, Odemira com 13,3% (mais 3.457 residentes) e Mafra com 12,8% (mais 9.838 residentes) foram os municípios que registaram os maiores acréscimos populacionais na última década, seguindo-se Palmela, Alcochete e Vila do Bispo, com valores entre os 9,6% e os 8,8%", indica o INE.

Em decréscimo populacional, os cinco municípios que se destacam são Barrancos (-21,8%), seguindo-se Tabuaço (-20,6%), Torre de Moncorvo (-20,4%), Nisa (-20,1%) e Mesão Frio (-19,8%).

Comparativamente a 2011, o concelho de Odemira, no distrito de Beja, aumentou de 26.066 para 29.523 habitantes (13,3%).

Entre 2011 e 2021, Mafra, no distrito de Lisboa, cresceu de 76.685 para 86.523 residentes (12,8%); Palmela, no distrito de Setúbal, aumentou de 62.831 para 68.879 habitantes (9,6%); Alcochete, no distrito de Setúbal, subiu de 17.569 para 19.148 residentes (9,0%); e Vila do Bispo, no distrito de Faro, passou de 5.258 para 5.722 habitantes (8,8%).

No extremo oposto, no município de Barrancos, no distrito de Beja, o número de habitantes caiu de 1.834, em 2011, para 1.435, em 2021 (-21,8%).

Na última década, entre 2011 e 2021, Tabuaço, no distrito de Viseu, perdeu 1.311 residentes, passando de 6.350 para 5.039 (-20,6%); Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, registou um decréscimo da população de 8.572 para 6.822 (-20,4%); Nisa, no distrito de Portalegre, o número de habitantes caiu de 7.450 para 5.951 (-20,1%); e Mesão Frio, no distrito de Vila Real, passou de 4.433 para 3.555 residentes (-19,8%).

Lisboa, Porto, Matosinhos e Oeiras perderam habitantes

Lisboa, Porto, Matosinhos e Oeiras perderam população desde 2011, apesar de estarem entre os dez municípios mais populosos do país.

Os restantes seis municípios mais populosos são Sintra, Vila Nova de Gaia, Cascais, Loures, Braga e Almada, que, por sua vez, registaram crescimentos populacionais na última década, com destaque para Braga, que registou o crescimento mais elevado, de 6,5%.

Segundo os Censos de 2021, Lisboa tem 544.851 habitantes, menos -7.849 do que em 2011, uma variação de -1,4%, e o Porto regista 231.962 habitantes, menos -5.629 do que nos Censos anteriores (-2,4%).

Matosinhos tem menos -2.809 habitantes (-1,6%), para um total de 172.669, e Oeiras regista menos -318 habitantes (-0,2%), para 171.802.

Braga tem mais +11.839 residentes (6,5%), para um total de 193.333 habitantes, e Sintra ganhou 8.119 pessoas (+2,1%), tendo agora 385.954 habitantes.

Vila Nova de Gaia tem 304.149 habitantes, mais 1.851 (+0,6%) do que nos Censos de 2011.

Cascais, com 214.134, tem mais 7.655 (+3,7%), Loures, com 201.646, tem mais 2.152 (1,1%) e Almada, com 177.400, mais 3.370 (+1,9%) habitantes do que em 2011.

AML ganhou 49 mil habitantes em dez anos

A Área Metropolitana de Lisboa tem mais 49.257 habitantes do que há dez anos e apenas quatro dos 18 municípios da região perderam população (Amadora, Lisboa, Barreiro e Oeiras).

Os residentes na Área Metropolitana de Lisboa (AML) passaram de 2.821.876 pessoas em 2011, ano dos censos anteriores, para 2.871.133 em 2021, um aumento de 1,7%.

A população cresceu em 14 dos 18 municípios que integram a AML nestes dez anos, com os maiores aumentos a registarem-se em Mafra (+12,8%), Palmela (+9,6%), Alcochete (+9%) e Montijo (+8,8%).

Seguem-se os municípios de Sesimbra (+6%), Seixal (+5,3%), Cascais (+3,7%) e Sintra, Odivelas e Setúbal, todos com um aumento de 2,1%.

A população aumentou ainda em Almada (+1,9%), Loures (+1,1%), Vila Franca de Xira (+0,6%) e Moita (+0,4%).

Perderam habitantes entre 2011 e 2021, na AML, os municípios da Amadora (-2%), Lisboa (-1,4%), Barreiro (-0,5%) e Oeiras (-0,2%).

O concelho mais populoso da AML continua a ser Lisboa (544.851 pessoas), seguido por Sintra (385.954) e Cascais (214.134).

Os municípios com menos habitantes são, como também já acontecia em 2011, Alcochete (19.148), Sesimbra (52.465) e Montijo (55.732).

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